Reunião em Paris tenta convencer oposição síria a negociar a paz

Catherine Rama - AFP
Publicado em 12/01/2014 às 09:37.Atualizado em 20/11/2021 às 15:17.
 (Joel Saget)
(Joel Saget)
PARIS - Os onze países que apoiam a Coalizão Nacional da oposição síria, profundamente dividida sobre sua participação nas negociações de paz, tentam convencê-la neste domingo (12) em Paris a participar da conferência de paz de Genebra, prevista para o dia 22 de janeiro.
 
A França reuniu desde a manhã deste domingo em Paris o presidente da Coalizão, Ahmad Jarba, e dois de seus três vice-presidentes, com representantes dos onze países que a apoiam (Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, França, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Egito, Jordânia, Estados Unidos e Turquia).
 
O secretário americano de Estado, John Kerry, chegará um pouco mais tarde à capital francesa para participar desta reunião, depois da qual será divulgada uma declaração final, ainda na tarde deste domingo.
 
Kerry também deve se reunir com seus colegas árabes para falar das negociações de paz entre Israel e os palestinos.
 
Após dois dias de intensas negociações nesta semana em Istambul, a Coalizão opositora síria não conseguiu alcançar um acordo sobre a questão e adiou a decisão até 17 de janeiro. O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, pediu na quinta-feira em Paris que todas as partes façam esforços e viajem a Genebra para encontrar uma solução para o conflito.
 
A Coalizão pede como condição prévia para sua participação que o regime de Bashar al-Assad deixe de utilizar armamento pesado e que sejam instaurados corredores humanitários, lembrou à AFP o embaixador da Coalizão na França.
 
Mais de 130.000 pessoas, incluindo 7.000 crianças, morreram nos combates entre o regime e a oposição desde março de 2011, quando começou um conflito que levou milhões de pessoas ao êxodo e deixou 2,4 milhões de refugiados.
 
Na segunda-feira, Kerry também se encontrará com o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, para falar da possível participação do Irã, que apoia o regime de Damasco, na conferência de Genebra. A Rússia é favorável, ao contrário dos Estados Unidos.
 
O objetivo da conferência, definida em junho de 2012 em um acordo internacional alcançado também em Genebra, mas que nunca foi aplicado, é negociar um processo de transição política, como a formação de um governo provisório, composto por membros do regime e da oposição, com plenos poderes.
 
"Muitas dúvidas"
 
Em dezembro, o regime de Bashar al-Assad disse que enviaria uma delegação à conferência, mas, segundo seu ministro das Relações Exteriores, Walid Muallem, seu governo não irá a Genebra "para entregar o poder nem fazer transações com ninguém".
 
Esta atitude e, sobretudo, a intensificação dos bombardeios das forças de Assad em Aleppo (norte) e em outras cidades do país são a principal causa das reticências da Coalizão para negociar.
 
"Ainda há muitas dúvidas, muitas dificuldades. As coisas não são fáceis para a Coalizão", explica um diplomata francês.
 
A reunião deste domingo em Paris também abordará a situação humanitária na Síria. "As negociações de Genebra são a melhor oportunidade de atenuar o sofrimento dos sírios", segundo a ONG Oxfam.
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