O Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG), que à meia-noite de segunda-feira (3) entrou em estado de greve, informou que irá se reunir com a BR Distribuidora, com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e com outras entidades que representam os caminhoneiros no próximo dia 11. Inicialmente, conforme o Sindtanque, o encontro estava agendado para esta terça-feira (4), mas teve que ser adiado.
Os tanqueiros, como são conhecidos os motoristas que transportam diesel e gasolina, querem o cumprimento da Lei do Frete, que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, e a redução do preço do diesel. Apesar de deflagrarem estado de greve, a categoria continua a trabalhar e a abastecer todos os postos de gasolina do Estado.
"Vamos aguardar a reunião e, até lá, não terá paralisação. Mas o rumo do movimento vai depender da política de preços adotada pela Petrobras. Se sair outro aumento no período, corremos o risco de parar", avisou o diretor do Sindtaque, José Geraldo.
A ANTT foi procurada pela reportagem, mas não confirmou o encontro com os representantes dos caminhoneiros. A autarquia federal declarou que a direção da agência está reunida, na tarde desta terça, e, uma das pautas, é a resolução nº 5.820, que estabelece o piso mínimo do transporte rodoviário de cargas.
A BR Distribuidora não se manifestou.
Estado de greve
O chamado estado de greve é uma situação aprovada pelos trabalhadores, alertando aos governantes que a qualquer momento eles poderão deflagrar uma greve. Mas por enquanto os tanqueiros seguem com o abastecimento em todo Estado e em negociação com a BR Distribuidora, com o governo federal e com outras distribuidoras.
Boataria
A informação de que caminhoneiros entrariam em greve na segunda-feira provocou uma corrida aos postos de BH, que durante todo o fim de semana registram filas quilométricas. A greve, porém, não aconteceu e não foi confirmada por nenhuma entidade que representa os profissionais.
A única entidade que ameaçou entrar em greve foi a União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC), que não possui site, página nas redes sociais ou telefone para contato.
O presidente da FETCEMG, Ulisses Martins Cruz, garantiu que não há previsão de greve da categoria. Para ele, a paralisação não passa de um fake news. "Tudo indica que é boato, que trata-se de notícia falsa. Por enquanto, por parte das lideranças dos carreteiros, não houve manifestação de greve".
O Sindicato dos Caminhoneiros também afirmou que não está apoiando a greve. "Representamos os caminhoneiros de todo o Brasil, com exceção do Paraná, e não estamos organizando paralisação", garantiu José Natan.