BRASÍLIA – A reunião em Havana, capital de Cuba, entre integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo do presidente Juan Manuel Santos, marcada para esta quinta-feira (15), foi adiada para o próximo dia 19. O adiamento foi provocado pela inclusão de integrantes da sociedade civil entre os negociadores. O grupo define os últimos detalhes para o acordo de paz.
Autoridades de Cuba, da Venezuela, Noruega e do Chile fazem a mediação nas negociações. Em comunicado conjunto, foi anunciado o adiamento da reunião. No texto, os negociadores informam que vão “prosseguir a reunião técnica para regulamentar os detalhes dos mecanismos da participação social” nas negociações de paz.
Há uma semana, o governo e as Farc intensificaram as articulações para encerrar cerca de meio século de conflitos armados na Colômbia. Integrantes da sociedade civil também participam das discussões. A participação da sociedade civil foi definida apenas nesta última etapa das negociações.
A participação da sociedade civil foi solicitada pelas associações de vítimas, de direitos humanos e de indígenas, além de alguns partidos políticos. O presidente colombiano, no entanto, defende que as negociações envolvam apenas as Farc e o governo, deixando a participação social para uma fase posterior.
O texto do acordo tem como base cinco pontos, definidos em numerosas conversas, que envolvem o desenvolvimento rural, a participação das Farc na vida política, o fim do conflito armado, o combate ao narcotráfico e a garantia de preservação dos direitos das vítimas. Na reunião do dia 19, o primeiro aspecto abordado será a distribuição de terra. Na Colômbia, 1,15% da população têm o controle de 52% das grandes propriedades rurais.
Pelos números do Exército colombiano, há 8.147 guerrilheiros das Farc em ação, além de mais 10.261 pessoas que formam uma espécie de rede de apoio à guerrilha.