Rio vai investir R$ 2 bilhões para despoluir praias, lagoas e a Baía de Guanabara até as Olimpíadas

Vladimir Platonow - Agência Brasil
Publicado em 04/06/2013 às 18:01.Atualizado em 20/11/2021 às 18:50.

RIO DE JANEIRO – As obras de despoluição da Baía de Guanabara, da Lagoa Rodrigo de Freitas e das lagoas da Barra da Tijuca, locais onde ocorrerão as provas esportivas nas Olimpíadas de 2016, vão consumir um total de R$ 2 bilhões. O valor foi divulgado nesta terça-feira (4) pelo presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Wagner Victer, durante apresentação a empresários, na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

O objetivo das obras é garantir uma melhoria substancial na balneabilidade das diversas praias de mar aberto e também as localizadas na própria baía, que recebe uma grande carga de poluição orgânica dos municípios que a circundam, onde moram cerca de 12 milhões de pessoas.

“Cerca de 70% dos investimentos que estamos fazendo para atender aos compromissos olímpicos, voltados à área de saneamento, já estão finalizados ou na reta final. Anteciparemos em pelo menos um ano, em relação a 2016, a implementação de todos os investimentos”, disse Victer.

O presidente da Cedae citou diversas intervenções que visam a melhorar a qualidade das praias da baía e a ampliação do sistema de tratamento de esgotos de Alegria, estação que funciona ao lado da Linha Vermelha e que atende a 1,5 milhão de pessoas, de 45 bairros.

“Nas próximas semanas estamos começando obras importantes, que são compromissos olímpicos, como a despoluição das praias da Urca, Vermelha e São Conrado. Nas lagoas da Barra, chegaremos a praticamente 100% [de tratamento de esgotos] em 2016. Na Baía de Guanabara, vamos triplicar a estação de tratamento de Alegria, saindo de 2,5 mil litros por segundo para 7 mil litros por segundo, pegando todo aquele esgoto que desce do rio Faria-Timbó, que vem do Complexo do Alemão e Manguinhos. Essas obras ficarão prontas até 2015.”

Wagner Victer disse que, em oito meses, estará pronto o sistema de esgotamento da Ilha de Paquetá, no interior da baía. A preocupação é garantir que haja menos poluição e lixo nas águas, que sediarão provas olímpicas de vela, pois os detritos podem atingir os barcos, prejudicando os competidores.

Ele explicou que nos municípios do outro lado da baía, principalmente São Gonçalo, a maior preocupação é com o recolhimento do lixo sólido que é lançado nos córregos e valões e depois acaba indo para o mar. Embora essa coleta não seja competência da Cedae, ele explicou que estão sendo construídas estações de tratamento de rios (ETRs) que terão o objetivo de reter a maior parte do lixo.

“Existe um conjunto de obras, a cargo da Secretaria Estadual do Ambiente, que vai garantir a instalação de estações de ETRs, incluindo a do rio Irajá, que é um grande contribuidor [de poluição]. Teremos ainda a Estação do Rio Sarapuí, já em operação e que estamos ampliando sua carga, vinda da Baixada Fluminense. A Estação Pavuna será inaugurada em até dez meses, recebendo a carga da zona norte, e a de São Gonçalo também ficará pronta em dez meses. Além disso, será construída uma estação no bairro de Alcântara.”

O presidente da Cedae explicou que o antigo Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), iniciado ainda nos anos 80 e que consumiu bilhões de dólares em recursos, com resultados tímidos, já foi superado pelas ações atuais. “O PDBG original tinha um conjunto de obras com um nível de tratamento não tão profundo como o atual. As estações tinham um nível de tratamento primário só de 40% da carga orgânica. Hoje temos estações com nível secundário, que processam até 98% da carga orgânica. Em 2016, nós vamos entregar à população, aos turistas e aos atletas uma Baía de Guanabara muito mais limpa.”

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