Valéria Esteves
Repórter
valeria@onorte.net
Norte de Minas terá agora um macro Sindicato rural que atenderá a todos os municípios da região. Pelo menos 21 municípios já estão envolvidos nessa empreitada, a fim de defender seus ideais.
A idéia ganhou impulso em uma reunião acontecida no auditório da Sociedade rural de Montes Claros, na manhã de ontem. Mais de 60 pessoas - representantes de sindicatos de várias partes da região estiveram presentes votando a nova diretoria da Aspronorte - Associação dos sindicatos dos produtores rurais do Norte de Minas.
Júlio Pereira, presidente da nova associação e do Sindicato rural de Montes Claros, avalia que é de suma importância que a nova entidade esteja legalizada de acordo com os trâmites exigidos, como a aprovação do estatuto e a assinatura da ata, comprovando de fato a existência desse novo representante de classe.
- Nossa intenção é fazer valer nossa união para que a classe tenha força política e consiga resolver todos os tipos de problemas pertinentes à mesma. A legalização dessa associação vem acontecendo desde o ano passado, mas só ontem foi registrada em ata a primeira reunião, assim como a aprovação do estatuto que vai reger a entidade.
Conforme Júlio Pereira, o objetivo do sindicato é defender os interesses da classe e promover o intercâmbio entre os membros filiados, a fim de alcançarem mais sucesso e continuarem a luta por melhorias no setor rural e, ainda, fortalecer o sindicalismo patronal.
PREÇOS
No último semestre de 2005, a classe dos produtores conseguiu junto à Receita estadual de Fazenda uma redução no ICMS - Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços de 30% sobre o valor atual da cotação do gado comercializado com o Nordeste.
Com um plantel de mais de dois milhões e trezentos animais, o Norte de Minas ainda tem o privilégio de se manter como área livre da febre aftosa, apesar de o preço da arroba do boi ainda estar em baixa desde o ano de 1996.
Mas, a arroba teria sofrido um aumento de um real no último mês, devido ao período de entressafra.
- A tendência é que os preços melhorem nos próximos meses, mesmo porque a procura aumenta e a oferta diminui.
Para alguns especialistas, o confinamento de boi pode não significar um ganho no somatório do preço pago ao produtor no final das contas, caso que acontece nas regiões de Mato Grosso, Paraná entre outras.
Pode ser que o consumidor sinta no bolso o acréscimo nesses meses que se seguem, mas os especialistas não sabem precisar o valor nem a quantidade.
Conforme o analista de mercado, Luciano Vacari, responsável pelo Centro Boi - Central de comercialização de boi criado pela Famato - Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, a redução da escala nos frigoríficos e a reação no preço da arroba mostram, claramente, que já não existe grande oferta de animal pronto para abate.