A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, alertou hoje que a Rússia ainda poderá sofrer amplas sanções econômicas se Moscou não se esforçar mais para assegurar um acordo de paz que encerre a violência no leste da Ucrânia.
Merkel, que falou à câmara baixa do Parlamento alemão, reconheceu que os russos deram os primeiros passos para ajudar a estabilizar a situação, mas afirmou que o progresso tem sido muito lento.
Ontem, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu aos parlamentares do país que revoguem uma decisão que autorizava o deslocamento de forças armadas para território ucraniano. Merkel classificou o gesto simbólico de "psicologicamente importante".
No começo da semana, autoridades europeias comentaram que diminuiu a ameaça de a União Europeia adotar novas sanções contra Moscou durante reunião a ser realizada em Bruxelas, na sexta-feira, uma vez que Putin parece ter se engajado em garantir a paz na Ucrânia e separatistas pró-Moscou aceitaram um cessar-fogo recentemente anunciado pelo governo ucraniano.
As tensões na Ucrânia, porém, aumentaram após militantes pró-Russia terem abatido um helicóptero militar, causando a morte de nove soldados. Em reação ao ataque, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, ameaçou suspender o cessar-fogo, que deveria durar uma semana.
"Precisamos de avanços substanciais para tornar o diálogo permanente possível", disse Merkel em discurso ao Parlamento alemão. "Soluções diplomáticas são preferíveis a quaisquer outras. Mas se nada mais der resultado, sanções poderão voltar à agenda e, desta vez, de estágio três", acrescentou a chanceler, referindo-se a sanções que teriam como alvo setores inteiros da economia russa. As punições já em vigor miram apenas empresas e indivíduos.
Líderes da UE vão discutir a situação da Ucrânia na reunião de sexta-feira, mas uma fonte europeia disse ser improvável que sanções mais duras sejam impostas a Moscou. Fonte: Dow Jones Newswires.
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