A fabricante russa dos jatos Mig informou nesta sexta-feira que pretende assinar um novo acordo para enviar pelo menos 10 das aeronaves para a Síria. A medida foi anunciada em meio a críticas internacionais a respeito do acordo para venda de armas russas para o governo de Bashar Assad.
O diretor-geral da MiG, Sergei Korotkov, disse que uma delegação síria esteve em Moscou para discutir os detalhes de um novo contrato para o envio de jatos MiG-29 e M/M2. Em declarações divulgadas por agências de notícias russas, ele disse que a Síria vai comprar "mais de dez" desses jatos, mas não forneceu o número exato.
Não ficou clara a importância das declarações. Um porta-voz da MiG não quis comentar as declarações de Korotkov, mas ele pode ter se referido a um acordo que a companhia já havia feito anteriormente com a Síria e que teria sido colocado em compasso de espera em razão da guerra civil em território sírio.
Mais de 70 mil pessoas morreram em razão dos confrontos e milhões de sírio fugiram do país. Moscou tem enviado bilhões de dólares em mísseis, jatos de combate, tanques, artilharia e outros equipamentos nas últimas quatro décadas para a Síria, país que atualmente é o último aliado russo no Oriente Médio e abriga a única base naval russa fora da antiga União Soviética.
A Rússia tem protegido o regime de Assad de sanções da Organização das Nações Unidas e continua a fornecer armas ao governo. Meios de comunicação russos informaram que a Síria encomendou, alguns anos atrás, 12 MiG-29/M2, com a opção de compra de mais 12. O Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo também informou que a Rússia pretende fornecer 24 jatos à Rússia.
A Rússia diz que o fato de enviar armas para o governo de Assad tem como objetivo apenas impedir que a Síria sofra uma invasão estrangeira, como os sistemas de defesa de mísseis, que não podem ser usados numa guerra civil. As informações são da Associated Press.