Sabotagem no programa Mais Médicos deixa governo alerta

Hoje em Dia
Publicado em 19/07/2013 às 06:16.Atualizado em 20/11/2021 às 20:11.

Lançado há 11 dias pela presidente Dilma Rousseff, o programa Mais Médicos recebeu a inscrição de 11.700 profissionais na primeira semana, segundo dados do Ministério da Saúde. Como as inscrições vão até o próximo dia 25, o número é um sucesso, num país em que a tendência é deixar para a última hora. Houve também inscrição de 753 prefeituras. Mas o governo desconfia da veracidade desse interesse por uma bolsa mensal de R$ 10 mil.

Quinta-feira (18), a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, confirmou que o Ministério da Saúde solicitou à Polícia Federal que investigue se o programa está sendo sabotado. A ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS) recebeu denúncias de que grupos de médicos se organizaram em redes sociais para pedir a colegas que se inscrevam no programa e depois, quando selecionados, participem da desistência em massa. Assim, poderiam prejudicar as contratações dos que realmente querem trabalhar no programa.

A investigação deve confirmar ou não essas denúncias.

O que há de certo é a resistência das entidades médicas ao programa, principalmente à contratação de médicos estrangeiros.

É otimista o cronograma estabelecido para o Mais Médicos. As inscrições de médicos brasileiros e estrangeiros terminam no próximo dia 25. No dia seguinte, o Ministério da Saúde publica as vagas existentes em cada município inscrito, e os médicos brasileiros devem escolher até o dia 28 de julho para aonde querem ir.

No primeiro dia de agosto, é divulgada a relação dos selecionados, e já no dia 3, cada médico assina um termo de compromisso para começar a trabalhar no dia 2 de setembro. Os médicos estrangeiros – ou os brasileiros formados em escolas no exterior – vão saber no dia 6 de agosto quantas vagas sobraram para eles. Cada um escolhe até o dia 6 de agosto um município e, se for selecionado e contratado, inicia a atividade no dia 18 de setembro.

Tudo a dar a impressão da grande eficiência do Ministério da Saúde. Infelizmente, não é assim. Reportagem publicada na quinta-feira(18) pelo Hoje em Dia mostra que antes que os municípios do Sul de Minas pudessem se associar em consórcios de saúde, para operar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o ministério, em parceria com o governo estadual, enviou quatro ambulâncias a Passos e seis a Varginha. Cada uma custou cerca de R$ 120 mil. Elas ficaram sem uso durante três anos, até serem devolvidas recentemente, depenadas. 

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