Depois de quase três anos de indefinições sobre a retomada das operações da Samarco em Mariana, na Região Central, a empresa vai iniciar, nesta semana, as obras de preparação da Cava Alegria Sul, no Complexo de Germano, unidade da empresa onde ocorreu, em 5 de novembro de 2015, o maior desastre ambiental do Brasil.
O rompimento da Barragem de Fundão gerou uma avalanche de 32 milhões de metros cúbicos de lama que matou 19 pessoas, destruiu o Distrito de Bento Rodrigues, deixou centenas de desabrigados, poluiu o Rio Doce e provocou danos ambientais que afetaram39 municípios de Minas, Espírito Santo e Bahia.
Segundo a Samarco, a obra deve ter duração de cerca de 10 meses, com geração de 750 empregos diretos e indiretos no pico da execução do projeto. A empresa se comprometeu a contratar entre 75% e 80% de mão de obra local. “O início das atividades de implementação do novo sistema de disposição de rejeitos é um passo fundamental para a retomada das nossas operações. A cava é um local confinado, o que confere ainda mais segurança”, afirma o diretor-presidente, Rodrigo Vilela.
A cava terá capacidade para receber 16 milhões de metros cúbicos de rejeitos do processo de beneficiamento do minério de ferro. Com formação rochosa e estável, a estrutura permite a contenção segura do material.
A empresa planeja implantar um sistema de filtragem do rejeito arenoso, que corresponde a 80% do total de materiais e, também, o adensamento da lama, que equivale aos 20% restantes. Com essa medida, será possível recircular a água na produção e aumentar de 20 meses para sete anos a vida útil da cava.
Em dezembro do ano passado, a empresa obteve junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) as licenças prévia (LP) e de instalação (LI), que permitem a preparação do local.
Nos últimos meses, as negociações com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), evoluíram para um Termo de Compromisso, firmado na última sexta-feira,28 de setembro. O documento prevê a contratação de auditoria independente para acompanhar todo o processo de implantação do Sistema de Disposição de Rejeitos Cava Alegria Sul. Os custos serão assumidos pela mineradora.
Para retomar a operação ainda falta a conclusão do Licenciamento Corretivo, protocolado em 2017.