Depois de reviver a epidemia da gripe suína, com 755 casos confirmados e 74 óbitos registrados neste inverno, Santa Catarina se prepara para reformular a sua estratégia de atuação e tentar conter a circulação do vírus H1N1 no ano que vem. A Secretaria de Estado da Saúde planeja uma aproximação mais estreita com os médicos para sensibilizá-los sobre o tratamento correto da doença com o oseltamivir, conhecido pela marca Tamiflu.
Um dos motivos apontados para o aumento das mortes é de que profissionais trataram os pacientes de maneira tradicional, evitando o uso do antiviral. "Iremos realizar eventos com os profissionais para explicar o procedimento correto e conscientizar sobre a importância do medicamento. Essas conferências também serão disponibilizadas na internet e poderão ser acessadas por todos os médicos", afirma Fábio Gaudenzi, diretor de Vigilância Epidemiológica (Dive).
Segundo ele, uma das dificuldades é que a maior parte dos médicos não pertence aos quadros do Estado, mas aos municípios ou à rede de atendimento privada. Por não ter influência direta sobre eles, a estratégia do governo será reforçar parcerias com entidades e cooperativas médicas para levarem a informação até os médicos. "Vale lembrar que, mesmo sem o uso do oseltamivir e vários casos, milhares de pacientes receberam a prescrição. O que precisamos agora é levar o medicamento a todos que precisam ", diz Gaudenzi. O Estado colocou à disposição 63.375 tratamentos com oseltamivir para as unidades regionais e municipais.
Outra frente de ação para evitar uma nova epidemia é a comunicação com a população. Segundo Gaudenzi, as pessoas ainda têm a cultura de que gripe se cura com chá e analgésico. Isso mascara os sintomas e retarda a procura por atendimento especializado, reduzindo as chances de cura. "Vamos lançar a campanha de mídia mais cedo. Tem que ser no tempo certo, um pouco antes do frio chegar, lá pelo mês de maio. Com a população tomando os cuidados de prevenção, a circulação do vírus tende a cair", explica.
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