Felipe Gabrich disse que ele era elegante como uma “Garça” ao jogar.
O velho GD (Gelson Dias) afirmou que ele tinha um domínio de bola como poucos. Bené e Nicó eram dos seus companheiros preferidos no tapete verde. Era assim denominado “O Elegante”, aquele que como me disse Carlúcio Bicalho “apanhava a bola no ar com o pé e trazia para o chão como se ela estivesse colada nele”, ou como me disse um dia o saudoso Eduardo Lima: “ele subia mais que os outros jogadores, matava a bola no peito e ela descia obedientemente até o chão para então ser conduzida como uma dama para onde quer que fosse.”
Para completar mais um adjetivo, “Góia” declamou: “Ahhhh... A matada no peito do Nilson Espoletão! Inesquecível! A bola para ele era mais que sua mulher, por que certamente a sua mulher não era submissa a ele... a bola era.”
Muito se tem a dizer sobre Nilson Espoletão como um grande jogador de Futebol. Talvez o grande notável de sua época.
Quis o destino que esse tal Espoletão, elegante, notável, gigante, mágico e quase imortal fosse meu pai.
Eu não o vi jogar, no seu tempo. Quando nasci ele estava abandonando os gramados para se dedicar incondicionalmente à sua família.
Trabalhou como nunca para os seus. Labutou, nos colocou a nós em casa em primeiríssimo lugar.
Este Nilson aí, que alegrou os torcedores, os gramados, os amantes do futebol defendendo a camisa do Cassimiro e do Ipê, defendeu também com unhas e dentes sua prole, como se fosse um leão indomado acercando suas crias dos predadores na natureza.
Este Nilson aí, que dominou a bola no peito e fez dela o que quis, também dominou a vida, as dificuldades, os atropelos e atrapalhos para criar uma família e fez desses desafios o que quis.
Este tal Espoletão aí, que tinha um chute forte, certeiro e muitas vezes direto para o gol ( que o diga o falecido “Dôda” de seu Leonel Beirão ), também chutava a as intempéries da vida.
Ele foi um grande homem, nos gramados e na vida. Como jogador de futebol, não deixou nada a desejar. Como profissional pintor de paredes, também não. Com pai, muito menos.
Termino a coluna de hoje com as palavras de Márcio Goulart, fã do Espoletão, e companheiro de bate-papo do Azul e Branco na Melo Viana:
“O Mineirão não viu seu pai jogar. O Maracanã não viu seu pai jogar. O Morumbi não viu seu pai jogar. O Pacaembu não viu seu pai jogar. Azar o deles!