A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nessa quarta (9) que a vacina para combater o surto de vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, pode chegar tarde demais.
A organização informou ainda que estabeleceu três prioridades: desenvolver testes para detecção de dengue, chikungunya e zika, doenças transmitidas pelo Aedes; desenvolver vacinas de proteção baseadas em vírus não-vivos para mulheres em idade fértil e ferramentas inovadoras para combater os mosquitos que transmitem as doenças.
Os métodos tradicionais de aplicação de inseticidas, segundo a OMS, não tiveram impacto significativo na redução da dengue, aumentando a preocupação de como as autoridades devem fazer para impedir a proliferação do vírus da zika e do mosquito.
Marie-Paule Kieny, diretora da OMS, disse que há provas de que os métodos convencionais estão perdendo a batalha contra a dengue e que é preciso fazer qualquer coisa para reduzir os casos da doença. Ela fez a mesma observação para o combate ao vírus da zika.
As autoridades também consideram o uso de mosquito geneticamente modificado para conter o surto, mas que essas novas formas de combate devem ser avaliadas de forma rigorosa.
O surto de zika, que pode estar associado a casos de malformação congênita, poderia atingir entre 3 milhões e 4 milhões de pessoas nas Américas, segundo a OMS, que declarou estado de emergência internacional.
Telas protetoras
Em Belo Horizonte, a Prefeitura apelou para uma barreira de proteção física e química. Serão instaladas telas nas janelas de casas de gestantes que vivem em áreas onde já foi identificada circulação do vírus zika.
Em uma primeira fase, 40 imóveis receberão a proteção nos próximos dias. Nessa quarta (9), as telas, que possuem inseticida que contém cipermetrina e polietileno não inflamável, foram instaladas em duas residências do bairro Jardim Guanabara, região Norte da cidade.
A medida, considerada pioneira, prioriza grávidas que estejam no primeiro ou segundo trimestre de gestação. Elas são identificadas nas consultas de pré-natal e assinam um termo de consentimento para a instalação das telas.
O custo médio, por residência, é de R$ 300. Para o secretário Municipal de Saúde, Fabiano Pimenta, esse “é mais um instrumento, além de todas as ações que o município realiza, para reduzir a infestação do Aedes aegypti e também evitar o contato do mosquito com as pessoas”.
(* Com Agência Folhapress)