Saúde

Após pior epidemia de dengue da história, Minas terá novas estratégias para barrar mosquito Aedes

Estado confirmou 1.124 mortes pela doença em 2024

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 10/01/2025 às 13:46.Atualizado em 10/01/2025 às 14:54.
Medidas forma anunciadas nesta sexta-feira, durante visita da ministra da Saúde, Nísia Trindade, a Belo Horizonte e Contagem (Walterson Rosa/MS)
Medidas forma anunciadas nesta sexta-feira, durante visita da ministra da Saúde, Nísia Trindade, a Belo Horizonte e Contagem (Walterson Rosa/MS)

Nada menos que 1.124 óbitos e mais de 1,3 milhão de casos de dengue foram registrados em Minas em 2024, o pior ano da história no Estado. Na tentativa de reduzir os registros em 2025, novas ações para controle da doença e de outras arboviroses, como chikungunya, zika e febre do Oroporuche - todas transmitidas por mosquitos -, foram anunciadas nesta sexta-feira (10), durante visita da ministra da Saúde, Nísia Trindade, em Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana.

As cidades passarão a contar com estações disseminadoras de larvicidas, além do expansão  de Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI) e do método Wolbachia - bactéria capaz de impedir que o vírus da dengue se desenvolva no mosquito, contribuindo para redução da enfermidade. Já o BRI é uma técnica amplamente utilizada no controle de doenças transmitidas por mosquitos. A estratégia consiste em aplicar inseticidas diretamente nas casas, onde os mosquitos costumam pousar.

As visitas de Nísia Trindade são parte de uma série de viagens que ela fará pelo Brasil. Em BH, a chefe da pasta federal também esteve nas alas de quimioterapia e de exames de imagem do Instituto de Oncologia Ciências Médicas de Minas Gerais (IONCM-MG), da Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma). O instituto iniciou os atendimentos em novembro do ano passado. Após o término das obras, a unidade ofertará 12 especialidades. 

Nísia também visitou o Centro de Telessaúde e a Unidade de Diagnóstico por Imagem do Hospital das Clínicas da UFMG. A unidade, que conta com 35 leitos obstétricos, sendo 23 cirúrgicos e 12 clínicos, será contemplada com o aumento do financiamento voltado para os cuidados com a saúde da mulher, por meio da Rede Alyne - programa federal que busca reduzir a mortalidade materna. O custeio será de R$ 1,4 milhão a mais que o do antigo financiamento, chegando a R$ 5,4 milhões por ano. 

Em Contagem, a ministra da Saúde visitou as instalações do Centro Materno Infantil do Complexo Hospitalar de Contagem. A unidade também contará com a implementação do programa Rede Alyne. A entidade funciona 100% em atendimento ao SUS e conta com 187 leitos e 26 especialidades, referência em atenção ao parto e nascimento. Com o novo financiamento, o custeio sairá de R$ 7 milhões para R$ 11,6 milhões. 

Você sabe o que é o Método Wolbachia?
Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução das doenças.

O método funciona assim: mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia são liberados para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população dos mosquitos.

Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável, sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método autossustentável e uma intervenção acessível a longo prazo.

Novo sorotipo da dengue em circulação 

Dados da pasta mostram que o sorotipo 3 da dengue registrou aumento em meio a testes positivos para a doença no Brasil – sobretudo em Minas, São Paulo, Amapá e Paraná. A ampliação foi registrada principalmente nas últimas quatro semanas de dezembro. O cenário preocupa autoridades sanitárias brasileiras, já que o vírus não circula de forma predominante no país desde 2008.

“Estamos vendo uma mudança significativa para o sorotipo 3. Temos 17 anos sem esse sorotipo circulando em maior quantidade. Então, temos muitas pessoas suscetíveis, que não entraram em contato com esse sorotipo e podem ter a doença”, afirmou a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel.

* Com informações da Agência Brasil

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