Anderson Leonardo

Entenda a embolia pulmonar, doença que agravou diagnóstico de vocalista do grupo Molejo

Cantor está internado desde domingo (10)

Júlia Barreto*
@juhbarretof
11/09/2023 às 17:56.
Atualizado em 11/09/2023 às 18:23

(Freepik)

Anderson Leonardo, vocalista do grupo Molejo, foi internado neste domingo (10) com o diagnóstico de embolia pulmonar. Apesar de se manifestar com maior frequência em pessoas mais velhas, há muitos fatores que podem contribuir para que a doença acometa os jovens.

A embolia pulmonar corresponde a um processo de coagulação sanguínea, que ocorre quando uma quantidade alta de sangue circula em velocidade mais alta que o normal, ocasionando a obstrução dos vasos. De acordo com Michelle Andreata, pneumologista da Saúde no Lar, a doença pode ser resultado de vários fatores: problemas vasculares, alterações sanguíneas como o famoso “sangue grosso”, que proporciona a formação de trombos, traumas, cirurgias e cânceres.

Além dos pacientes oncológicos, como é o caso de Anderson Leonardo, também fazem parte do grupo de risco as pessoas cardiopatas e fumantes. Como explica a especialista, o cigarro “aperta” o vaso, impedindo a passagem do coágulo e congestionando as veias. Michelle Andreata compara este congestionamento a um desfile de 7 de setembro.

“Todos os guardas estão ali marchando no mesmo ritmo. Se um deles parar de repente, todos os outros se trombam e capotam. Acontece o mesmo com os coágulos. Um trombo pode entupir a passagem e congestionar o caminho para o sangue circular”.

No caso de um câncer, a presença do tumor faz com que o organismo produza substâncias que ativam a coagulação. O quadro pode ser preocupante por apresentar risco de morte em pouquíssimo tempo. Em outros casos, o enfermo diagnosticado com tromboembolismo crônico pode apresentar tontura e sequelas neurológicas devido à baixa oxigenação do cérebro.

O paciente precisa se atentar para os primeiros sinais da embolia e procurar atendimento o mais rápido possível. Sintomas como taquicardia, falta de ar em estado de repouso e dor respiratória podem sinalizar a doença.

A pneumologista ainda ressalta que a dor no pulmão é mais difícil de surgir, ocorrendo apenas quando o coágulo atinge a região da pleura, membrana que protege o pulmão. Segundo ela, é mais comum que a pessoa sinta incômodo ao inspirar.

Sobre o tratamento

O tratamento não é fácil, mas existe. O remédio que dilui o trombo deve ser ministrado com uma mudança de dieta drástica, já que muitos alimentos interferem na ação dos anticoagulantes. Em casos mais graves, é necessário realizar uma cirurgia delicada que, em Belo Horizonte, só é realizada no Hospital Madre Teresa e no Hospital das Clínicas. A doutora Michelle Andreata afirma que o tratamento varia de acordo com cada caso, já que o procedimento costuma ser tratar a causa dos coágulos. 

Seguindo essa mesma lógica, a prevenção também consiste em evitar a causa. É preciso evitar os fatores de risco, como o tabagismo, a falta de exercícios físicos e a imobilidade (permanecer na mesma posição por muito tempo). Além disso, os anticoagulantes profiláticos são medicamentos que podem prevenir eventos tromboembólicos. 

Apesar de ser o tipo mais comum, o tromboembolismo pulmonar não é a única manifestação da doença. Outros tipos conhecidos são a embolia gordurosa, relacionada a um pedaço de gordura que se desprende e obstrui os vasos após ou traumas com fratura óssea ou procedimentos cirúrgicos como uma lipoaspiração. 

*Estagiária sob supervisão de Valeska Amorim.

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