SAÚDE

Estado vai ‘terceirizar’ Hospital Maria Amélia Lins na tentativa de aumentar cirurgias eletivas

Bloco cirúrgico da unidade de saúde está fechado há cerca de dois meses

Bernardo Haddad
@_bezao
Publicado em 07/03/2025 às 12:19.Atualizado em 07/03/2025 às 17:52.

Sob a justificativa de tentar ampliar o número de cirurgias eletivas e reduzir fila de espera em Belo Horizonte e região metropolitana, o governo de Minas vai "terceirizar" o Hospital Maria Amélia Lins (HMAL). A ideia é que a unidade seja concedida a um consórcio público de saúde ou a entidades sem fins lucrativos, com a cessão gratuita do imóvel e a doação dos equipamentos hospitalares. O bloco cirúrgico da unidade está fechado há cerca de dois meses.

A informação foi dada nesta sexta-feira (7). Atualmente, pacientes do Hospital João XXIII são atendidos no Maria Amélia Lins. Com a mudança, procedimentos eletivos da rede SUS poderão ser feitos no local. Um edital com as regras para a nova prestação de serviços no edifício, que fica no bairro Santa Efigênia, será publicado neste sábado. 

De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, o hospital fará com que BH mais do que dobre o número de cirurgias eletivas realizadas.

“Será 100% SUS e a população não gastará nem R$ 1 para fazer uma cirurgia lá. Ter um hospital exclusivo para cirurgia eletiva permite que Belo Horizonte consiga tirar, todo mês, 500 pessoas da fila, independente da situação". Segundo ele, serão utilizados aportes do Opera Mais, política de incentivo financeiro para a realização de cirurgias eletivas.  

O hospital atua exclusivamente na retaguarda do João XXIII - isto é, os pacientes atendidos na urgência e emergência em decorrência de traumas são atendidos no HPS. Depois de estabilizados e sem risco de morte, eram transferidos para o HMAL para outras cirurgias.

Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), o consórcio público de saúde ou a entidade sem fins lucrativos que vencer o edital também poderá propor melhorias das condições físicas do hospital, cujo prédio tem 77 anos.

Polêmicas no Maria Amélia Lins

Em janeiro deste ano, o bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins foi fechado. "Já tínhamos um déficit para cirurgia ortopédica no Estado. O HMAL já vivia lotado. Fechar o bloco cirúrgico será o caos total no setor de ortopedia", disse, na época, a diretora do Sind-Saúde MG, Neuza Freitas. 

Segundo ela, há uma preocupação entre os servidores. "O João XXIII não tem capacidade para assumir mais essa demanda, especialmente de um bloco cirúrgico importante, que é seu principal suporte. O resultado imediato é o aumento ainda maior da fila de espera por cirurgia, o que significa mais macas nos corredores”, acrescentou a diretora do Sind-Saúde.

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