Infestação por piolhos cresce nesta época do ano; crianças são mais vulneráreis

Ana Paula Lima
12/01/2015 às 08:48.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:38

(Reprodução/Bolsa de Mulher)

Calor e aconchego. Quem não quer? O problema é que os piolhos, aqueles mesmos que costumam nos atormentar na infância, também estão atrás de um cantinho com essas características. E encontram no verão um grande estímulo: devido às altas temperaturas, ficamos com o corpo mais quente e a transpiração aumenta, fazendo do nosso couro cabeludo úmido um playground e tanto para esses parasitas minúsculos.

Quem mais sofre é a criançada, explica o pediatra e homeopata Moises Chencinski. Como o sistema imunológico só se desenvolve totalmente por volta dos sete anos, os pequenos são mais vulneráveis até chegarem a essa idade. O que não significa que marmanjos estejam livres de ter a cabeleira infestada pelos insetos.

“Não existe essa história de sangue doce. Qualquer pessoa está sujeita a isso”, explica o médico, membro do Departamento Ambulatorial e de Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

É que piolhos não “pulam” de uma cabeça para outra, mas basta compartilhar um objeto – touca, boné, pente ou prendedor de cabelos – e receber uma fêmea carregada de lêndeas para se tornar vítima da praga.

“O contágio é muito fácil, e fica mais ainda nas férias e no verão. Nessa época, as pessoas se abraçam para tirar fotos, emprestam o chapéu para outra – prática comum principalmente entre crianças, mesmo que desconhecidas –, dividem escova e até travesseiro”, diz Moises.


EXTERMÍNIO

Cortar o mal pela raiz não é complicado. Exige, porém, paciência, um bom pente-fino e orientação médica.

Receitas da vovó, como lavar os cabelos com vinagre, não têm efeito comprovado. Passar querosene nas madeixas, então, nem pensar. “Quem faz isso está inalando produto tóxico”, adverte.

Em geral, o tratamento é feito com xampu específico, que mata os piolhos adultos. Acabar com as lêndeas é mais complicado, pois elas ficam grudadas nos fios e são resistentes aos produtos de higiene. A saída é levar o “paciente” até um local claro, abrir um lençol branco (que facilita a visualização dos parasitas), separar o cabelo em mechas e penteá-las, molhadas, para remover os ovos. Dias depois, conforme prazo específico de cada marca de xampu, é preciso repetir o procedimento.

Alívio é saber que a piolheira não costuma provocar mais que desconforto, coceira e, claro, asco. Bastante raro, mas possível de acontecer, é a pessoa ter uma infecção secundária, com surgimento de gânglios no pescoço, após coçar ferimentos causados pela picada do inseto.

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