'PROFESSIONAL FAIR'

'O sucesso no mercado da beleza é mais ligado ao off-line que ao online’, diz organizador do evento

Alexandre Araújo explica que estar bem posicionado nas redes sociais é importante, claro, mas não basta num segmento que exige muita técnica e constante atualização

Do Hoje em Dia
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Publicado em 17/06/2024 às 07:30.
Alexandre Araújo, organizador e conselheiro estratégico da Professional Fair, em BH (Maurício Vieira)

Alexandre Araújo, organizador e conselheiro estratégico da Professional Fair, em BH (Maurício Vieira)

Um segmento extremamente democrático, em que qualquer pessoa consegue atuar, e que já soma mais de 1 milhão de profissionais. O mercado da beleza no Brasil não para de crescer e, embora exista espaço para todo mundo, para se destacar não basta ser ótimo técnico: é preciso entender de marketing e imagem pessoal e estar sempre antenado com as últimas tendências e inovações. 

É nesse contexto que Belo Horizonte se prepara para sediar a 19ª edição da “Professional Fair”, de 23 a 25 de junho, no Expominas. A programação da maior feira da beleza do Estado, e segunda do Brasil, apresentará equipamentos, novidades em cuidados para cabelos e unhas, inovações em tratamentos estéticos, palestras e 200 workshops gratuitos para capacitação e demonstração de técnicas, inclusive de harmonização facial e corporal. Simultaneamente haverá a “Estética e Micro – Feira e Congresso”.

Organizador e conselheiro estratégico do evento, que este ano terá mais de 150 empresas expositoras, Alexandre Araújo conversou com o Hoje em Dia sobre a programação, o mercado e a carreira no ramo da beleza. Confira.

A Professional Fair 2024 já se consolidou na agenda belo-horizontina e pretende atrair nesta edição 40 mil pessoas. Como explicar o interesse de tanta gente pelo universo da beleza? 

O Brasil é um terreno fértil para a estimulação do consumo de produtos de beleza. Somos o 4º no ranking mundial e dispomos de uma grande variedade de tipos de cabelo e pele, exigindo uma indústria extremamente ágil e antenada com as demandas dos clientes. Além disso, o mercado de beleza está associado a autoestima, bem-estar e saúde, colocando-o na agenda de prioridades dos consumidores, impactando positivamente também os salões de beleza e a busca contínua dos profissionais por capacitação. 

Você acompanha o evento desde o início? Da primeira edição para cá, o que mudou? 

É incrível ver o crescimento do evento após essas 18 edições, saímos de um momento sem o “digital” atuante. Chegamos a ter receio de como tudo ficaria, passamos por um momento que afetou a todos, a pandemia, e chegarmos hoje, no ano 2024, com um recorde de expositores, palestrantes e público é algo extraordinário. Os dados desta edição confirmam que fomos modelados para nos relacionar, que a busca por eventos presenciais é algo inerente aos profissionais do segmento de beleza, e que a educação e capacitação que sempre foi nosso pilar continua sendo nosso diferencial.

Quais as principais novidades, os destaques deste ano?

A principal novidade é que essa edição passa a ser organizada pela Beauty Fair, a maior plataforma de negócios e conteúdo das Américas para o mercado de beleza. Estamos implantando melhorias e ampliando nossas fortalezas para contribuir ainda mais no desenvolvimento do setor. Nossa programação educacional também tem novidades com a retomada do Meeting Barber Week e os Congresso Hair, Manicure e Maquiagem para atrair um público super qualificado para os nossos expositores.

A internet e as redes sociais estão tomadas por profissionais que oferecem serviços e produtos na área da beleza. Mesmo que a demanda pareça só aumentar, existe espaço para tantos profissionais?

Na última pesquisa realizada pela Beauty Fair, em parceria com a Euromonitor (2019), estimamos que existam mais de 1 milhão de profissionais de beleza no Brasil, sendo somente metade deles formalizados. Esse é um segmento extremamente democrático, em que qualquer pessoa consegue atuar. Por outro lado, a área da beleza é dinâmica e exige que os profissionais estejam sempre atualizados com as últimas tendências e inovações para se manterem competitivos. Por isso, acredito que o mercado de beleza sempre terá espaço para quem se dedica a obter e compartilhar conhecimento.

Com tanta concorrência e num mercado em constante evolução, como se manter em evidência?

A educação técnica para cabeleireiros, manicures, esteticistas e maquiadores no Brasil é muito forte e extremamente competente. Não é à toa que temos brasileiros como embaixadores globais das maiores marcas mundiais de Beleza. Por isso, ser um ótimo técnico não é mais um diferencial. Na Beauty Fair e, agora na Professional Fair, passaremos a incentivar os profissionais a desbravarem a próxima grande fronteira de crescimento e evolução: as habilidades comportamentais. 

Qual o peso das técnicas e estratégias de marketing, sobretudo nas redes sociais?

Estar bem posicionado nas redes sociais e entender o mínimo de marketing e imagem pessoal deixou de ser uma escolha para fazer parte obrigatória do escopo de carreira do profissional de beleza. O cliente está nas redes sociais e as usa constantemente para procurar ou validar um profissional ou salão de beleza. 

Na sua opinião, o que significa ser bem-sucedido, do ponto de vista profissional, no ramo da beleza? 

Podemos dizer que sucesso no mercado de beleza está muito mais atrelado ao que acontece off-line do que online. Não é raro nos depararmos com influenciadores com altos números de seguidores e cadeiras vazias no salão. Mas acredito que o termômetro do sucesso está muito mais relacionado ao que o profissional deseja e se sente feliz. Não há mais um padrão único a ser seguido. 

Recentemente, a morte de um rapaz após se submeter a um peeling de fenol trouxe à tona o debate sobre a capacitação dos prestadores de serviço. Você acha que a repercussão daquele episódio pode abalar o setor de alguma forma? Do ponto de vista da capacitação, como você avalia o universo de profissionais da estética e da beleza no Brasil? 

Toda vez que um caso como esse ganha notoriedade na mídia nos traz uma ótima oportunidade de reflexão. Infelizmente, não é “privilégio” do mercado de beleza ter profissionais pouco capacitados, exercendo atividades de impacto na saúde de seus clientes. Após a pandemia, tivemos uma alta na procura por cursos on-line, o que foi ótimo, mas não é suficiente. Ainda precisamos de momentos presenciais e de prática para complementar a formação das pessoas, o chamado modelo híbrido. Como empresa, a Beauty Fair, por meio de seus diversos eventos, como a Professional Fair, tem como missão fomentar a educação de qualidade no setor e ampliar o conhecimento sobre os limites de cada profissão.

A feira apresenta 200 workshops gratuitos. É uma oportunidade também para iniciantes ou quem ainda só está pensando em migrar para essa área? Em que sentido?

A iniciativa dos workshops gratuitos pretende atender diversos perfis de profissionais: aqueles em busca de educação continuada, os que estão iniciando na profissão ou os que planejam uma transição de carreira. Isso porque nossa oferta é ampla e multidisciplinar, com palestrantes reconhecidos no mercado, dispostos a compartilhar suas técnicas e métodos validados.

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