Baixo custo

Pesquisa aponta avanços na produção de medicamentos orais contra obesidade

Estudos com a nova molécula, que leva o nome de GS-4571, também podem inovar o tratamento de diabetes

Do HOJE EM DIA*
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Publicado em 05/08/2024 às 07:30.

A produção de novos medicamentos orais para emagrecimento avança e pode favorecer, em breve, a comercialização com valores abaixo dos tratamentos injetáveis atuais, como o Ozempic. Pesquisa recente divulgadas pela American Diabetes Association, uma organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, mostra o desenvolvimento de moléculas consideradas menores, com resultados positivos no processo de perda de peso.

Os estudos com a nova molécula, que leva o nome de GS-4571, podem inovar o tratamento de diabetes e obesidade, conforme destaca o especialista em endocrinologia e metabolismo pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (SBEM), Flavio Cadegiani. Segundo ele, a descoberta também é mais eficaz do que outros tratamentos.

“Ela é uma análoga de GLP-1, que a gente chama de enviesado para MP cíclico. Traduzindo, ela é mais eficaz, inclusive, do que o Ozempic, do que a semaglutida. Então, além dela ser muito mais barata, fortuitamente, se descobriu que ela é mais eficaz”, afirma Cadegiani.

O médico explica que essa nova classe de medicamentos deve chegar ao mercado com preços mais acessíveis em função da produção e do transporte de baixo custo para a indústria, o que facilitará o acesso à população. 

“No desenvolvimento dessas novas moléculas, enquanto essas vêm para ser cada vez mais eficazes, existia uma grande lacuna, que é desenvolver moléculas que já são altamente eficazes tanto quanto as atuais, porém com custo de produção muito mais baixo, para dar a possibilidade de utilização pela população geral. Pelas pessoas que não têm condições de pagar um valor de centenas e centenas de reais por mês. Então essas novas moléculas como por exemplo GS-4571, por não ser uma glicoproteína, não ser biológica, o custo de produção dela é muito mais baixo, o custo de transporte também é muito mais baixo”, destaca.

Cadegiani avalia, ainda, que por ser via oral, esses medicamentos também facilitarão a vida dos pacientes, pois favorece a adesão dos interessados. 

Um dos estudos apontou que a administração oral de GS-4571 em macacos diabéticos obesos uma vez ao dia, além de apresentar melhor controle glicêmico, mostrou aumento na perda de peso ao longo de 36 dias. 

1 a cada 4 brasileiros são obesos no Brasil

Apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), um estudo publicado no início de 2024 na revista científica The Lancet mostra que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas. Ou seja, uma a cada oito está acima do peso.

No Brasil, a proporção é de 1 a cada 4 brasileiros com obesidade, de acordo com dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), monitoramento anual do Ministério da Saúde. Os dados brutos mostram que 24,3% dos adultos brasileiros são obesos.

Se as tendências atuais forem mantidas, 48% dos adultos brasileiros terão obesidade e 27% terão sobrepeso até 2044, conforme mostrou um estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de Brasília. O levantamento estima, ainda, que daqui a 20 anos três quartos dos adultos terão obesidade ou sobrepeso, 83 milhões e 47 milhões, respectivamente. Além de efeitos à saúde, as condições de peso também impactam a economia brasileira, com sobrecarga nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e saúde suplementar. 

* Com informações da Agência Brasil 61

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