Ronco é apenas a ponta do iceberg dos distúrbios do sono, diz especialista da Funorte
Pausas respiratórias provocadas por apneia podem causar hipertensão, insuficiência cardíaca e diabetes, além de afetar memória e concentração
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), reforçados também em publicação na revista Sleep Medicine, apontam que até 46% da população do planeta sofre com apneia do sono, distúrbio caracterizado por roncos intensos, pausas respiratórias ao longo da noite e despertares intensos - o que ainda provoca sonolência excessiva ao longo do dia, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes. Ao longo dos anos, se não for devidamente tratado o problema pode causar hipertensão, insuficiência cardíaca e diabetes, além de afetar a capacidade de memória e concentração.
“Esses distúrbios não afetam apenas o período de descanso, mas também têm impactos negativos durante o dia, comprometendo a capacidade de concentração no trabalho, a participação em atividades sociais e até mesmo a segurança ao dirigir”, diz a professora da Funorte e Fisioterapeuta cardiopulmonar e do sono, Roseane Caldeira.
“Roncar é apenas a ponta do iceberg, mostrando que algo está errado”, avisa a especialista. O ronco, diz ela, pode acometer tanto pessoas sem apneia do sono. Por isso, é importante investigar e avaliar os casos de ronco frequente e alto por meio de uma polissonografia, exame que identifica se há mesmo pausas na respiração ou hipopneias (redução do fluxo de ar). “Quanto maior o tempo de apneia, mais grave é a condição”, explica Roseane Caldeira, acrescentando que a apneia é atualmente o mais prevalente dos distúrbios do sono.
Segundo Roseane, distúrbios do sono têm causas variadas e frequentemente estão ligados a outras condições médicas, como a falta de aptidão cardiorrespiratória, condição em que o sistema cardiovascular e respiratório não conseguem suprir as necessidades do organismo durante a prática de exercícios físicos.
A boa notícia é que apneia do sono tem tratamento. Um deles é a utilização do CPAP, equipamento utilizado para ajudar a manter a respiração em nível adequado ao impedir a obstrução das vias aéreas e evitar o ronco. “Terapias adicionais, como exercícios respiratórios e uso de placa intraoral, podem ser combinadas para otimizar os resultados. Investir na qualidade do sono é fundamental para a saúde e o bem-estar a longo prazo”,destaca a fisioterapeuta.
Alivio e sono restaurado
“Passei a usar o CPAP. Nossa, uma bênção! Meu marido, nos primeiros dias até achava que eu estava morta porque parei de roncar”, conta aliviada e satisfeita Sueli Dias Oliveira, professora aposentada.
Para celebrar a Semana Nacional que tem como objetivo jogar luz sobre o problema, a Sociedade Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) elaborou uma cartilha com dicas e orientações. Baixe aqui
(*) Com informações de Larissa Durães (O Norte)