(Tânia Rêgo / Agência Brasil)
A “necessidade” de checagem constante dos aplicativos, redes sociais e tudo o mais que acontece dentro das telas gera um quadro de ansiedade que acomete jovens e adultos. E é um dos sinais da Síndrome de FOMO, caracterizada (ou provocada) pelo uso excessivo de smartphones, que leva a horas e horas do dia no ambiente digital.
A palavra é uma sigla em inglês que resulta da expressão "fear of missing out", que, em tradução livre, seria o "medo de ficar de fora" de várias situações, mas que afeta principalmente a vida no mundo virtual, a apreensão de perder informações, eventos e experiências.
“Trata-se de um problema muito comum nos dias de hoje, sobretudo em função da grande quantidade de informações que nos cercam”, reforça o psicólogo Filipe Colombini, CEO da Equipe AT, empresa especializada em acompanhamento terapêutico no ambiente escolar. "O conjunto de sintomas surge a partir do medo do indivíduo de estar perdendo algo e é fonte de grande ansiedade, especialmente quando há comparações constantes com a vida glamourosa e idealizada que vemos no Instagram e outras plataformas", diz Colombini.
Quem sofre com o problema tem necessidade constante de se atualizar nas redes sociais, mesmo durante a noite, no trabalho, enquanto come ou mesmo ao dirigir. Entre os efeitos colaterais surgem, além da ansiedade, sinais de baixa autoestima e autoconfiança, além de comportamento autodepreciativo. "Elas se sentem desconectadas de seus próprios valores e vivem em função das expectativas dos outros, distanciando-se do que realmente querem", destaca o psicólogo.
A sensação de desconforto e exclusão alia-se à tristeza, estresse e, em casos extremos, depressão e transtornos do humor. "A síndrome tem potencial de prejudicar gravemente a saúde mental", alerta Colombini.
Segundo o especialista, é essencial desenvolver o autoconhecimento e praticar o autocontrole. Técnicas como o mindfulness (que compreende diversos exercícios de meditação que têm como objetivo levar o indivíduo à atenção plena) podem ajudar com o foco no presente e reconexão com valores próprios.
Além disso, diz o psicólogo, é importante estabelecer um equilíbrio entre as diversas esferas da vida, como lazer, trabalho e relacionamentos, além de definir limites para o uso de redes sociais e telas em geral, visando uma redução do uso. Procurar um terapeuta desenvolve a consciência de que mais vale viver os momentos do que publicá-los nas redes.
“Esses cuidados podem prevenir que a FOMO comprometa a saúde mental e ajudam a pessoa a viver com mais plenitude e senso de realização”, diz Colombini.
Leia também: