(WESLEY RODRIGUES/ 12-06-2015)
A mineira Localiza, maior empresa de aluguel de veículos da América Latina, preparou-se para a crise econômica. E muito bem. “Gostamos de desafiar o momento difícil”, afirma o presidente da companhia, Eugênio Mattar, que comemora agora os bons números alcançados no segundo trimestre de 2016. Investimentos, redução de custos, renegociação de dívidas e novas estratégias foram fundamentais, ressalta o executivo.
De abril a junho deste ano, o lucro líquido da companhia atingiu R$ 98 milhões e a receita líquida foi de R$ 963,1 milhões –crescimento de 1,4% na comparação com o mesmo período de 2015. “É um resultado significativo na atual conjuntura do país”, defende Mattar.
De janeiro a março de 2016 a Localiza já havia registrado crescimento de 4% da receita líquida frente ao primeiro trimestre do ano passado. Excelente, considerando que o PIB brasileiro (soma de todas as riquezas produzidas pelo país) teve queda de 0,3% no mesmo período.
Pesou mais no resultado favorável da empresa o volume maior de aluguel de carros (10,6%) no segundo trimestre deste ano, ante a igual período de 2015. Já a venda de seminovos, outro ramo de atuação da Localiza, ficou estável.
Mattar pensa muito à frente e quer abocanhar fatia maior de um mercado de concorrência acirrada. A Localiza investiu na compra de 24.020 carros de abril a junho e vendeu 13.839. Portanto, houve aumento de 10.181 unidades na frota - investimento líquido de R$407 milhões.
Segundo o executivo, a estratégia da companhia foi se capitalizar, fortalecendo o caixa e renegociar todas as dívidas. Atualmente, a empresa possui caixa de R$ 1,5 bilhão, o que suporta o vencimento das dívidas nos próximos três anos.
“Sabíamos que o mercado iria restringir crédito, os juros iriam aumentar e as empresas passariam por dificuldades. Então a Localiza, por ser uma empresa que tem uma posição sólida em termos econômicos e financeiros, preparou-se para esse momento difícil”, diz.
Previsibilidade
Para Mattar, o cenário econômico atual já era previsível. Independentemente de quem seria o presidente, o país teria que fazer um ajuste severo.
“Se o governo já tivesse anunciado medidas, teríamos um aperto inicial, mas a melhora viria mais rápido. Como isso não aconteceu, o país ficou sem perspectivas. Só agora começamos a ter uma expectativa de melhoria”, diz. Para o empresário, a confiança no governo melhorou, mas terá que se confirmar “à medida que o impeachment acontecer”.