Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Foi lançado ontem em Montes Claros, com incentivo do Senar e da Faemg, o programa Semeando. Esse ano, cerca de 800 crianças de seis a dez anos vão falar sobre segurança alimentar. O programa visa a promoção da educação ambiental em todo o estado de Minas Gerais. Conforme informações da assessoria, o Senar e a Faemg têm o objetivo de levar às crianças e educadores uma reflexão sobre a importância do desenvolvimento sustentável.

Ao contrário do que pensa a maioria das Ongs que trabalham em defesa do meio ambiente a agropecuária, quando bem conduzida pode e traz ganhos para a região.

De acordo com o Senar, a agropecuária, quando bem conduzida, oferece ótimas condições de vida, alimentando a humanidade e ao mesmo tempo protegendo o meio ambiente, do qual é estreitamente dependente.

Como esse ano o tema das redações será a segurança alimentar, assunto de relevância para a ONU - Organização das Nações Unidas, e para o Consea - Conselho nacional de segurança alimentar, vale promover a educação sobre a alimentação nas escolas.

Segundo dados da Emater do Projeto Jaíba, por exemplo, há desnutrição, apesar de hoje já haver ações de combate à fome no lugar.

SEGURANÇA ALIMENTAR

A ONU tem trabalhado a questão da segurança alimentar com firmeza. Muitos países, como o Brasil, registram números assustadores quanto à desnutrição alimentar. Dado desconcertante, já que o país é grande produtor de alimentos.

Só no ano passado o Brasil produziu cerca de 120 mil toneladas de alimentos na última safra, segundo o engenheiro agrônomo Fernando Britto, que lembra ainda que o setor de agronegócio é o único no país a ter o maior superávit da balança comercial.

Apesar de o setor da agricultura, bem como da pecuária, terem enfrentado problemas recentes com o longo período de estiagem e com a febre aftosa, pôde ainda contribuir com 13% do que foi arrecadado com PIB - Produto Interno Bruto.

Os profissionais do setor agrícola acreditam que o agronegócio poderia ter uma atenção mais expressiva do governo e é por falta de políticas que o setor tem enfrentado problemas. A disparidade encontrada no Brasil pode ser observada na quantidade expressiva de pobres e miseráveis, que alcança a marca de 53 milhões de pessoas que não se alimentam com decência. Como relata o agrônomo, o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos, mas nem por isso tem políticas que facilitem o acesso a eles.

- Penso que não é oferecendo bolsas-família que o Brasil resolverá seus problemas. Segurança alimentar deve ser prioridade para os governantes, mesmo porque os pobres precisam é ser remunerados, uma vez que no nosso país só se tira impostos das famílias menos favorecidas. É certo que há muita mão-de-obra ociosa e por tal motivo deveria se dar a vara para pescar e não peixe, como é feito com essa política assistencialista – conclui Fernando Britto.

COMEÇO

O programa começou em 2001 com a participação de 50 mil alunos que foram conduzidos por ações educativas nas escolas, com o cunho de desenvolver o entendimento e a compreensão das relações entre o campo, a cidade e o meio ambiente, dentro de um contexto de cidadania e qualidade de vida.

Até 2008, o programa deverá chegar a todos os municípios de Minas Gerais, totalizando 3,5 milhões de escolares do ensino público fundamental. A cada ano, um novo tema é desenvolvido.

As escolas participantes recebem material pedagógico para que possam desenvolver as ações. E para valorizar o trabalho dos educadores e a participação dos alunos, o programa oferece concursos de desenho, redação e experiências pedagógicas. A classificação é regional e estadual e tem como prêmios computadores, aparelhos de som, DVD´s, televisores, bicicletas e prêmios em dinheiro.

O Semeando tem como parceiros neste ano: Sebrae Minas,  Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, Cooperativa Central de Crédito de Minas Gerais e Bunge. Apóiam o Programa as Secretarias Estaduais de Agricultura, Educação e Meio Ambiente, além de prefeituras e sindicatos rurais.

RESULTADOS

Segundo informou a assessoria, mais de 12 mil trabalhos participaram dos concursos do programa, considerado o maior projeto de educação ambiental em Minas Gerais.

Durante o mês de outubro do ano passado, 20 profissionais, entre biólogos, especialistas em arte e pedagogos, selecionaram desenhos, redações e experiências pedagógicas de todas as regiões do estado. Cada trabalho foi analisado por seis profissionais de acordo com os critérios previamente estabelecidos. Segundo o Senar, a cada ano os trabalhos ficam melhores, pois há melhor entendimento conceitual da proposta do programa Semeando. Foram distribuídos 146 prêmios na solenidade em Belo Horizonte em 2006. (com informações Senar).

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