Sem 3ª via, eleição volta a ser polarizada entre PT e PSDB

Publicado em 07/08/2016 às 11:15.Atualizado em 15/11/2021 às 20:13.

Deixando de lado as trapalhadas que frustraram a terceira via e que, agora, vão para o folclore político, a sucessão de Belo Horizonte volta a ser polarizada entre dois campos, o do PSDB, liderado pelo senador Aécio Neves, e o do PT, comandado pelo governador Fernando Pimentel (PT). O primeiro disputará a prefeitura com três candidatos aliados: João Leite (PSDB), Délio Malheiros (PSD) e Sargento Rodrigues (PDT); o segundo, terá até sete candidatos: Reginaldo Lopes (PT), Rodrigo Pacheco (PMDB), Marcelo Álvaro Antônio (PR), Alexandre Kalil (PHS), Luis Tibé (PTdoB), Paulo Lamac (Rede) e Eros Biondini (Pros).

Aécio fez de tudo para agrupar seus aliados em uma mesma chapa para vencer as eleições no primeiro turno, estratégia que ficou inviabilizada após o rompimento anterior do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Operou intensamente nos bastidores e, de Brasília, conseguiu anular todos os movimentos de Lacerda, que, sem opção, voltou ao campo tucano. Ao contrário do Aécio, Pimentel não fará movimentos para a concentração e aposta na pulverização das candidaturas aliadas e dos 1,9 milhão de votos belo-horizontinos. Primeiro, para não desagradar aliados; segundo, aumentar as chances de provocar um segundo turno. 

Ainda assim, nada impede que o peemedebista Rodrigo Pacheco continue insistindo com Marcelo Álvaro Antônio para que o apoie e seja o vice e, ainda, que os outros sejam alvos de propostas semelhantes. Tudo somado, o primeiro turno será uma disputa dos dois campos, que, há mais de 20 anos polarizam a política nacional e, há 14 anos, a mineira. No pano de fundo, a disputa de 2018.

Isolamento levou a recuo

Como chefe de seu grupo e candidato a líder político, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), fracassou em todas as articulações que tentou conduzir, levando-o ao lamentável episódio de abandonar seu candidato após a convenção partidária e a voltar, enfraquecido, para o campo tucano que ele também abandonou no início de 2016 após oito anos de união.

Em sua reeleição, o prefeito já havia abandonado o PT, em 2012, e tentou fazer o mesmo com os tucanos nessa eleição. Depois de ter ao seu lado quase 20 partidos, Lacerda encerrou a primeira fase dessa campanha de maneira melancólica. Sozinho e sem tempo de televisão nas eleições. Ficou inviável.

Seu último ato foi jogar a toalha e aceitar o que lhe foi oferecido, indicar o vice (Josué Valadão) na chapa de seu atual vice-prefeito, Délio Malheiros (PSD), que também havia reprovado como candidato a prefeito. A reviravolta obrigou Délio a cometer o constrangimento de dispensar seu vice (Benjamim Rabelo, de seu partido). De todos, a maior vítima foi o executivo Paulo Brant (PSB), que foi descartado justamente quando colocou a boa-fé na nova política, que, como ficou demonstrado, continua a mesma, deixando o respeito, a ética e a população alvo dela em um plano qualquer. 

Mudanças ainda podem acontecer
O registro final das candidaturas termina no dia 15 de agosto, mas os partidos poderão mudá-las até a data da eleição (2 de outubro). Pela legislação eleitoral, é facultado ao partido ou à coligação substituir candidato que tiver seu registro indeferido por inelegibilidade, ou, ainda, que renunciar ou falecer após o término do prazo de registro.

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