O Senado americano aprovou no início deste sábado (23) a primeira proposta orçamentária formal em quatro anos, definindo os princípios fiscais dos democratas para a próxima etapa dos esforços de Washington relacionados às dívidas, aos gastos e aos impostos. O documento elaborado pelos partidários do presidente Barack Obama, aprovado cerca de duas horas antes do amanhecer, exige a arrecadação de quase US$ 1 trilhão por meio de novos tributos ao longo da próxima década, a fim de ajudar a reduzir o déficit do país.
Ainda que não tenha força legal e provavelmente não deva se tornar lei, o projeto reforça a visão dos democratas de um plano para reduzir o déficit e proteger ao mesmo tempo os programas de segurança. A aprovação do documento se deu com 50 votos a favor e 49 contra.
"A solução para os nossos desafios fiscais não será encontrada em cortes profundos nos programas dos quais famílias vulneráveis dependem", disse a presidente do comitê de orçamento do Senado, Patty Murray (democrata de Washington), ao encerrar o debate sobre o projeto.
Para oposição, o plano dos democratas faz pouco para reduzir o déficit, especialmente se comparado ao projeto desenvolvido pela Câmara dos Representantes, de maioria republicana, para equilibrar o orçamento dentro de 10 anos. "As pessoas honestas podem discordar sobre a política, mas não pode haver desacordo quanto à necessidade de mudar o curso da nossa dívida", observou o senador Jeff Sessions, do Alabama, o principal republicano no comitê. "A Câmara dos Representantes muda curso da nossa dívida, enquanto o orçamento do Senado não."
O Senado aprovou o documento após a votação de uma série de emendas durante a noite de sexta-feira. Entre elas, conceder aos Estados maior autoridade para recolher os impostos com as vendas pela Internet de varejistas de outras regiões. O plano foi recusado por quatro senadores democratas, que deverão tentar a reeleição em 2014: Max Baucus, Kay Hagan, Mark Pryor e Mark Begich. Todos os republicanos no Senado votaram contra a proposta e o senador democrata Frank Lautenberg não participou da votação.
O Congresso entrará em um recesso de duas semanas depois de três meses de intensas negociações sobre o orçamento, nas quais foram aprovados um importante aumento de tributos, a elevação do limite de endividamento federal e US$ 85 bilhões em cortes de gastos. As informações são da Dow Jones.
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