Senado precisa aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias para começar o recesso

Do Hoje em Dia
16/07/2012 às 06:30.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:35

O Congresso Nacional só poderá entrar em recesso se tiver aprovado até amanhã o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Caso contrário, os trabalhos do Senado vão prosseguir normalmente durante todo este mês. Mas o mais novo senador, Wilder Pedro de Morais, que assumiu na sexta-feira (13) no lugar de Demóstenes Torres, já avisou que estará de férias com a família.

Não fará nenhuma falta, é verdade. Pois é mais um senador que, por não ter sido votado, não representa ninguém. À exceção talvez de seu padrinho político, Carlinhos Cachoeira, que o teria indicado como suplente de Demóstenes. Esse novo senador goiano foi flagrado em conversas telefônicas comprometedoras com Cachoeira, gravadas pela Polícia Federal. Pode aproveitar as férias para pensar na explicação que terá que dar sobre o envolvimento com o homem que está preso desde o dia 29 de fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Monte Carlo.

Wilder Morais deve explicar também como conseguiu seu patrimônio, parte do qual não declarado à Justiça Eleitoral. Há dois anos, descobriu-se que ele tinha R$ 2,2 milhões guardados em espécie, o que causou estranheza ao próprio Demóstenes.

Seria muito bom se os congressistas, diante de novo constrangimento, mudassem as regras para a eleição de suplentes. Já tramita no Senado a proposta de emenda constitucional nº 37/2011. Ela precisa ser aperfeiçoada, mas como está já representa um avanço na situação atual, pois quando o titular deixar o cargo, o suplente só assumirá até as novas eleições gerais.

Mesmo em eleições municipais, o eleitor seria convocado a escolher o novo senador. Deixa então de ser ludibriado, por votar num candidato e ser representado por outro completamente desconhecido.
O mais urgente, porém, é votar agora a LDO e as duas medidas provisórias que instituíram o Plano Brasil Maior e que perdem a validade dentro de um mês. Uma delas, a MP 563, interessa especialmente a Minas, pois obriga as empresas mineradoras a pagarem a Compensação Financeira por Exploração Mineral. O governo estadual calcula que, sem essa compensação, perderia cerca de R$ 200 milhões em royalties.

E a CPI do Cachoeira deve prosseguir seu trabalho, para investigar sobretudo os financiamentos ilegais da Delta Construções a diversos partidos políticos. Neste fim de semana, surgiu mais um indício: o saque suspeito de R$ 5,1 milhões de uma conta da empreiteira às vésperas das eleições de 2006.

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