Senador diz que diagnóstico é “patético”; governo sustenta “transparência”

Thiago Ricci - Hoje em Dia
Publicado em 11/04/2015 às 09:56.Atualizado em 16/11/2021 às 23:36.
 (Carlos Henrique)
(Carlos Henrique)

No dia em que os novos governos completaram cem dias desde a posse, as cúpulas petista e tucana em Minas Gerais voltaram a travar um embate sobre a situação, ilustrada por estatísticas, do Estado. Em Belo Horizonte para traçar novas estratégias com as principais lideranças do PSDB, o senador Aécio Neves não poupou críticas à gestão do governador mineiro Fernando Pimentel (PT), sugeriu que o petista “começasse a governar o Estado” e ainda classificou a divulgação do diagnóstico pelo atual governo, na última segunda-feira, como “algo que fica no limite entre o patético e o ridículo”.

“Nosso compromisso é fazer um governo transparente. Não vamos ficar jogando pedra no passado, mas buscamos estabelecer a real situação que encontramos do Estado. E essa real situação aponta distorções importantes, como, por exemplo, em relação ao déficit zero. Ficou evidente que o Estado, ao longo dos anos, foi perdendo a capacidade de investimento”, rebateu o secretário de Governo de Minas, Odair Cunha, citando a aprovação na Assembleia da revisão do Orçamento, cuja previsão é de déficit de R$ 7 bilhões em 2015.

Ainda em reação ao diagnóstico divulgado por Pimentel, a cúpula tucana prometeu apresentar documentos na Assembleia questionando os números apresentados. O primeiro, intitulado de “A verdade de Minas contra a mentira do PT”, contendo mais de 20 páginas, aborda a educação. “O PSDB lamenta que Minas Gerais seja colocada a serviço de um partido político em prejuízo do interesse da população. E lamenta a má-fé dos números divulgado retirados de seus contextos e cujos significados reais foram deliberadamente omitidos”, afirma trecho do texto.

Embate

O PSDB questionou a interpretação de diversos números contidos no diagnóstico do atual governo.Um dos questionamentos, por exemplo, é referente ao item no qual é apontado que “14% dos jovens mineiros de 15 a 17 anos, a faixa etária considerada ideal para cursar as séries do Ensino Médio, estão fora da escola”. “Nesse trecho, sabe o que o PT escondeu de você? Que esse é o 4º melhor resultado entre todos os estados brasileiros”, rebate o documento tucano, no qual é reproduzido o ranking do IBGE referente à taxa de frequência na escola, por faixas etárias.

Outras indagações são referentes ao término, segundo o próprio PSDB, de programas na área, como o “Educação em Tempo Integral”, “Reinventando o Ensino Médio” e o de apoio a abertura de startups.

“Não encerramos com as atividades de apoio a startups. Apenas fez-se uma interrupção para análise. Por exemplo, o prédio custa R$ 30 mil, enquanto há áreas disponíveis na Cidade Administrativa. Sobre o “Reinventando o Ensino Médio”, recebemos reclamações de educadores e alunos e concluimos que não era um programa eficiente. E no “Tempo Integral” fizemos apenas uma interrupção para avaliação e melhoria de programa. As escolas que têm interesse, já podem retomar as atividades”, diz Cunha.

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