A Câmara dos Deputados vota, nesta terça (9), a nova versão do projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União. Com sua aprovação, o governo de Minas, por exemplo, terá economia mensal de R$ 450 milhões, totalizando, no semestre, quase R$ 3 bilhões (uma folha de pagamento dos servidores ou o décimo terceiro do funcionalismo). Se votar contra, os petistas não ajudarão o governador Fernando Pimentel (PT), que terá, com certeza, o voto favorável dos tucanos.
Por outro lado, o projeto impõe duas indigestas exigências aos governos estaduais para manter o alívio no pagamento das suas prestações ao estabelecer teto para o gasto estadual, limitado à correção da inflação. A segunda é a proibição de concursos públicos e limites para concessão de reajustes e benefícios ao funcionalismo. Nos dois casos, as medidas valem por dois anos.
Eleição de BH terá só políticos
Ao contrário do que previa e defendia o prefeito Marcio Lacerda (PSB), a eleição de Belo Horizonte não apresentará ao eleitor candidato de perfil técnico e antipolítico após a saída do executivo Paulo Brant (PSB). Segundo dizia Lacerda, o eleitor estaria cansado das velhas fórmulas e elegeria um gestor. Todos os principais candidatos são políticos com mandatos, à exceção do ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil (PHS), que faz carreira solo e pode ser espécie de zebra na campanha. A mudança de foco favoreceu o atual líder das pesquisas, o tucano João Leite, por ser o mais conhecido, que não terá o contraponto técnico versus o político.
Apesar do estilo franco-atirador, Kalil não deverá ter fôlego, porque, além de não ter aliados, falta-lhe tempo de televisão para levar sua mensagem ao grande público. Beneficiário da reviravolta que tirou Brant da sucessão, o vice-prefeito Délio Malheiros (PSD) acabou ganhando o apoio de Lacerda, a estrutura que estava armada e o alcance da máquina municipal.
Dos 12 candidatos, oito ainda não têm candidato a vice por conta da pulverização, que também dividirá os votos, ampliando o número de postulantes que terão entre 5 e 10% do eleitorado.
Falha no diamante
Seis meses após intensas pesquisas qualitativas e quantitativas, vários testes e avaliação da trajetória de cada um, que o levaram a reprovar vários pretendentes, o PSB estadual e municipal descobriu, no último dia de registro das atas de convenção (5 de agosto), que o candidato aprovado em primeiro lugar e escolhido por ele “tem um passado que o condena”.
Barbacena quer incorporar Juiz de Fora
Integrante da família Andrada, cuja base política principal é Barbacena (Zona da Mata), Lafayette de Andrada (PSD) será candidato a prefeito em Juiz de Fora, onde já foi vereador. Sua candidatura ganhou fôlego com a adesão do PPS e do PDT. Lafayette já foi vereador em Lavras (Sul), secretário municipal em Barbacena, secretário de Estado (defesa social) e está no terceiro mandato de deputado estadual. Ele terá como principais adversários o atual prefeito, Bruno Siqueira (PT), que busca a reeleição, e a petista Margarida Salomão (deputada federal).
(*) Orion Teixeira escreve de terça a domingo neste espaço