Sete dos oito brasileiros feridos em um acidente de balão em Capadócia, na Turquia, na segunda-feira (20), permaneciam internados nesta terça-feira (21), um dos quais em estado grave.
A colisão entre dois balões causou a queda de um deles, matando três turistas do Brasil, cujos corpos foram trasladados ontem para a capital, Ancara.
Ao Grupo Estado, a direção da Anatolian Balloons, empresa responsável pelo voo, acusou um concorrente de ter realizado uma manobra ilegal, provocando o choque fatal.
O acidente aconteceu por volta de 6 horas de segunda-feira, horário local, nas imediações do vilarejo histórico e turístico de Göreme, na província de Nevsehir, região central da Turquia.
De acordo com testemunhas, o balão no qual estavam os turistas brasileiros se chocou minutos após a decolagem com o cesto de outra aeronave.
Com seu "envelope" de lona furado, o balão caiu de uma altura de 300 metros. Nos últimos 50 metros, esvaziado, o tombo se acelerou e intensificou o impacto com a terra.
Três mulher morreram no acidente: Maria Luiza Gomes, de 71 anos, Marina Rosas, de 65, e Ellen Kopelman, de 76 anos, que faziam parte de um grupo de turistas em viagem pelo país. Seus corpos começaram a ser trasladados na tarde de hoje para Ancara, segundo a embaixada do Brasil na capital.
"Agora começa uma etapa burocrática, de emissões de certidões de óbito e autorizações de transferência", explicou o secretário Roberto Alfaia, da embaixada. Segundo o diplomata, o tempo para a liberação dos corpos para o traslado ao Brasil depende do governo turco, mas também dos seguradores das vítimas.
Outros sete brasileiros continuam internados em hospitais da região, sendo um em estado grave. "Um dos turistas ainda corre risco", explicou Alfaia.
A vice-cônsul do Brasil em Ancara, Aline de Souza, acompanha os pacientes e auxilia as famílias na região e mantém contato com as autoridades locais.
Investigação
Enquanto o socorro aos feridos é realizado, a Direção Geral de Aviação Civil (DHGM) da Turquia abriu uma investigação sobre as causas do acidente. A embaixada do Brasil espera um relatório "em poucas semanas".
Hoje, Mahmoud Ulluer, diretor e filho do proprietário da Anatolian Ballons, alegou ao Grupo Estado que o acidente foi causado por uma manobra irregular do segundo balonista envolvido no choque.
"O balão de uma outra companhia veio na direção do balão do nosso, acertando o envelope e causando um rasgo que o derrubou", afirmou Ulluer.
Segundo o diretor, a aeronave da Anatolian Balloons não estaria em trajetória ascendente, como afirmado pelas agências de notícias, mas descendente no momento em que teria sido abalroado.
Ulluer também elogiou seu piloto, que teria mantido o controle do balão durante 250 metros de queda. "Nosso piloto é um herói. Ele fez tudo o que pôde até aterrissar, dando instruções de segurança para todos os passageiros", garantiu.
Governo brasileiro ajudará a repatriar os corpos
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta terça-feira (21) que a Embaixada do Brasil na Turquia vai ajudar a repatriar os corpos das três turistas mortas, no acidente envolvendo dois balões na Capadócia, e na assistência aos feridos. Patriota lamentou o choque entre os balões e disse esperar que as próximas notícias sobre as vítimas sejam positivas.
“Lamentamos o ocorrido e nos solidarizamos com as famílias e as pessoas que foram para a Turquia admirar a beleza da Capadócia e que subitamente enfrentaram essa situação”, disse Patriota. “Todo o apoio está sendo prestado tanto para repatriar os corpos das vítimas, como para acompanhar a recuperação dos feridos,” acrescentou.
Os nomes das vítimas são mantidos em sigilo pelo Itamaraty, mas as autoridades turcas, por meio da agência oficial de notícias do país (Anadolu agency), confirmaram os nomes das brasileiras Ellem Kohelman, de 76 anos, Maria Luiza Gomes, de 71 anos, e Maria Rosas, de 65 anos. Pelo menos 22 pessoas ficaram feridas, oito turistas brasileiros, mas há também argentinos e espanhóis. As dificuldades na identificação das vítimas foram provocadas pelo fato de muitos turistas irem para o passeio sem passaportes nem documentos de identificação.
*Com informações da Agência Brasil