(Marcos Issa/Argos Fotos/Divulgação)
Depois de quase três meses e de uma revisão das metas do setor para baixo, os efeitos da greve dos caminhoneiros começam a ser revertidos pela indústria siderúrgica nacional. Entre janeiro e julho deste ano, a produção do aço bruto aumentou 3,4% em relação ao mesmo período de 2017, o que representa 20,2 milhões de toneladas.
As vendas internas ficaram positivas em 10,3% na mesma base comparativa e o consumo aparente também registrou aumento de 9,7%, graças ao mercado interno que respondeu por aproximadamente 92% do consumo do produto.
As exportações registraram queda de 6% de semiacabados, na mesma base comparativa, após a greve que comprometeu os resultados dos meses de maio e junho. Já as importações reverteram uma perda inicial de 7,7% entre janeiro e março, com um crescimento de 4,3% entre janeiro e julho deste ano.
Reintegra
Embora a notícia seja boa, o setor ainda tem problemas a resolver. Durante a cerimônia de abertura do Congresso Aço Brasil, em São Paulo, nesta terça-feira (21), com a presença do presidente Michel Temer, representantes da siderurgia nacional alertaram que falta, ainda, solucionar gargalos que foram criados pelo governo federal para atender as reivindicações dos caminhoneiros.
Enquanto aguardam posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tabela do frete, as siderúrgicas brasileiras e o Instituto Aço Brasil estão propondo ações judiciais individuais e coletiva para reverter a redução de 2% para 0,1% do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para Empresas Exportadoras (Reintegra), pelo governo federal
Segundo o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, antes do corte, o setor já trabalhava com um acumulado de 5% dos 7% de impostos que as empresas pagam para exportar. “Nessas ações, vamos questionar a constitucionalidade da medida que já deveria ter sido revertida porque a Constituição Federal veda a exportação de impostos”, frisou.
Ele explicou que, quando o governo concedeu incentivo fiscal para reduzir o preço do diesel, cortou recursos de outro setor, no caso das empresas exportadoras, como as siderúrgicas. A medida tem causado um prejuízo estimado em R$0,4 bilhão.