Sindicato protesta contra fechamento de shoppings em SP

Beatriz Bulla
20/07/2012 às 13:30.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:42

A sexta-feira começou com manifestações contra a ameaça de fechamento de shoppings em São Paulo pela prefeitura. Às 8 horas, comerciários e lojistas do Pátio Higienópolis se encontraram em frente ao centro de compras para um ato a favor da manutenção do funcionamento. No fim da manhã, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) informou ter enviado ofício ao prefeito Gilberto Kassab (PSD) pedindo audiência para discutir os interesses de lojistas eventualmente afetados por fechamento de shoppings na capital.

Na última quarta-feira, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que apenas 19 dos 47 shoppings da capital paulista têm a documentação regularizada. Entre os centros de compras irregulares, que correm o risco de interdição pela prefeitura, 22 já acumulam R$ 15 milhões em multas este ano e seis estão resguardados por liminares judiciais.

O Shopping Pátio Higienópolis, um dos estabelecimentos em situação irregular, está ameaçado desde o dia 4, quando teve seu alvará de funcionamento cassado. O fechamento ocorreria no próximo dia 27, mas nesta quarta-feira a Justiça de São Paulo concedeu liminar que impede a interdição. Na liminar, o juiz Emílio Migliano Neto, da 7.ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo, reconheceu o argumento do Higienópolis de que a interdição "causaria danos de difícil reparação" aos lojistas e funcionários do local.

A manifestação de hoje foi organizada pelo Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP) e pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo, que ressaltam que cerca de 4 mil pessoas trabalham no estabelecimento. De acordo com o Sindilojas-SP, cerca de 600 pessoas participaram do ato, que foi pacífico e durou até as 10h.

O Higienópolis está sob ameaça de interdição por não conseguir comprovar, entre outras exigências da Prefeitura, que o estacionamento local tem número suficiente de vagas. De acordo com o diretor do Sindilojas-SP, Aldo Macri, a Prefeitura deve ter "mais paciência porque este não é um caso extremo", disse, afirmando que a irregularidade do shopping não causa risco às pessoas que o frequentam.

A FecomercioSP afirmou, em nota distribuída à imprensa, que a fiscalização deve acontecer, assim como a punição, quando necessária, mas "que eventuais medidas punitivas drásticas adotadas pela municipalidade irão causar impacto direto em empregadores e trabalhadores, bem como punir os paulistanos de forma severa". Por isso, a empresa pediu a Kassab audiência que debata as consequências das medidas adotadas pela Prefeitura nestes casos.

O recém-inaugurado Shopping JK Iguatemi, um dos mais luxuosos da capital, também contou com manifestação de lojistas e comerciários em defesa da abertura do estabelecimento, que ficou cerca de dois meses pronto e fechado. O centro de compras ficou concluído em 19 de abril, mas só foi inaugurado no dia 22 de junho, pois não havia concluído intervenções de trânsito exigidas pela Prefeitura. A construtora WTorre, responsável pelo shopping, ainda terá de entregar um viaduto ligando a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek às pistas centrais da Marginal do Pinheiros. Antes da inauguração, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) cogitou entrar na Justiça contra a prefeitura por conta dos problemas que envolviam a abertura do shopping.
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