SP 'cai no frevo' em domingo de pré-carnaval

Laura Maia de Castro
24/02/2014 às 09:57.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:14

O último domingo antes do carnaval provou que os paulistanos escolheram de vez a rua como o melhor lugar para cair na folia. Milhares de foliões fantasiados, com confetes e espumas, seguiram, no domingo, 23, 24 blocos, a maioria no centro da cidade, repetindo a agitação de sábado, 22.

Na Praça do Patriarca, 2 mil pessoas foram embaladas pelos ritmos do carnaval de Olinda, em Pernambuco. Por todos os lados, foliões aproveitavam a música e a presença de grandes bonecos para arriscar passos de frevo sem medo de errar. O festival, realizado pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), trouxe quatro bandas pernambucanas para colorir o centro cinza da capital.

Embora o sotaque mais escutado fosse o pernambucano, paulistas de várias cidades foram ao evento. De Amparo, no interior, a dançarina Elisa Canola, de 29 anos, chamava atenção com os passos de frevo. "É como se eu estivesse lá. Eventos como esse são fundamentais para aqueles que sabem o valor da cultura de Olinda".
Artur, pernambucano de apenas 2 anos, estava sonolento no colo do pai, mas nem pensava em largar a sombrinha colorida do frevo. "Desde que estava na barriga ele vai para o carnaval", disse a servidora pública Arabi Mesquita, de 29 anos, que mora há quatro anos em São Paulo.

Mais perto do palco montado na praça, um grupo de pessoas de diferentes partes do mundo aproveitava as apresentações antes de visitar o bairro da Liberdade. "É muito diferente para nós. O que mais me impressiona é a felicidade das pessoas", disse Marek Hlavacek, engenheiro de 29 anos da República Checa.

Ele foi ao bloco acompanhado da namorada brasileira, uma amiga da Indonésia e um belga. A tradicional Orquestra de Frevo Henrique Dias foi um dos destaques e arrastou centenas de pessoas para o centro.

Pela primeira vez na cidade, as passistas Beatriz Cabral, de 19 anos, e Handara Bratcho, de 23, adoraram se apresentar. "Mesmo quando faltava o fôlego, o carinho das pessoas nos deixava com ainda mais vontade de dançar", disse Beatriz.

Augusta

Em sua quinta edição, o bloco Acadêmicos da Rua Augusta embalou com diferentes ritmos uma das ruas mais conhecidas da capital. Mesmo sem muito espaço por causa do grande número de pessoas, quase ninguém foi capaz de parar de dançar. Espuma, tinta e purpurina animaram ainda mais a multidão. Neste ano, o tema do bloco foi Flower Power, em alusão ao slogan usado pelos hippies dos anos 1960 e 1970 como símbolo da ideologia da não violência.

"Começamos há cinco anos com cerca de 3 mil pessoas. Creio que hoje vieram 15 mil. A ideia é essa: ocupar a rua", disse o vice-presidente do bloco, Ale Natacci.

De marchinhas a rock-and-roll, o puxador oficial Wilson Simoninha embalava a multidão com a ajuda do grupo carioca Quizomba. A rainha de bateria foi a atriz Alessandra Negrini e a madrinha, a cantora Tulipa Ruiz.

Pela primeira vez no bloco, a capixaba Danielle Mendes, de 22 anos, disse preferir o carnaval de São Paulo ao do Rio. "Eu costumava ir ao carnaval do Rio, mas aqui é bem mais legal. É mais família, as pessoas são mais divertidas", disse a estudante de Serviço Social.

A analista de eventos Renata Girasori, de 29 anos, também elogiou o bloco. "O espírito do carnaval de rua está voltando para São Paulo. Ainda bem." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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