Suíça debate o ensino de português nas escolas

Jamil Chade, correspondente
10/09/2012 às 10:03.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:08

A Suíça já conta com quatro línguas oficiais e o ensino do inglês é obrigatório. Agora, as escolas primárias públicas do país poderão ganhar um novo curso: o de português.
Uma petição foi lançada por grupos de pais de famílias portuguesas, apoiados por brasileiras, para que um referendo seja realizado para que o ensino do idioma lusitano seja adotado nessas escolas. O assunto se transformou em promessa de campanha de candidatos à prefeitura de Genebra que, agora, são cobrados a implementá-la. Se for aprovada em votação popular, a iniciativa obrigará o oferecimento gratuito de cursos de português aos alunos de todas as escolas do cantão de Genebra, como matéria opcional.

Para a Associação de Pais de Alunos de Origem Portuguesa, a medida é uma "necessidade". "Dez por cento dos alunos que estão matriculados em escolas são lusófonos e têm o direito de manter sua língua", diz Carla Rocha, presidente da associação, que conta com o apoio de várias entidades, incluindo algumas que se especializam no "português brasileiro".

Segundo ela, os pais desses alunos têm até 15 de novembro para coletar assinaturas suficientes para que o governo realize um referendo. Pelas leis da Suíça, qualquer grupo da sociedade civil pode lançar uma iniciativa que, se coletar apoio suficiente, transforma-se em votação para toda a cidade.

Mas nem todos estão de acordo. Para Carlos Medeiros, conselheiro municipal da cidade e de origem portuguesa, a exigência de que o Estado suíço pague por essa conta "não se justifica". "Então vamos ter de oferecer albanês, kosovar e sérvio", alertou Medeiros, indicando para a presença de outras nacionalidades de peso na região. "Não podemos permitir que comunidades se fechem", completou o conselheiro, lembrando que 45% da população de Genebra é de estrangeiros. Sua avaliação é de que a Suíça deve oferecer como cursos obrigatórios apenas as línguas oficiais do país - francês, alemão e italiano. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
http://www.estadao.com.br

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