Tadeu fala da alegria de receber o apoio de Ruy e da necessidade de se olhar para frente

Jornal O Norte
28/01/2010 às 07:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:18

Entrevista a Samuel Nunes

O prefeito Tadeu Leite recebeu em seu gabinete na manhã de ontem, quarta-feira, a reportagem de O NORTE, logo após coletiva concedida à imprensa de um modo geral. Com exclusividade, falou do possível apoio do deputado Ruy Muniz (DEM) à sua administração. Tadeu falou ainda da política de valorização do servidor público municipal, construção do Mocão e mudanças no transporte coletivo urbano de Montes Claros.

Sobre o transporte coletivo, indagado sobre possível aumento na passagem do lotação, Tadeu afirmou que todos os anos há aumento de preço do bilhete, mas não sabe quando acontecerá neste ano. Afirma ainda que, diante dos inúmeros transtornos causados aos passageiros do transporte urbano, em virtude de mudanças no sistema, uma pessoa devidamente uniformizada estará no interior dos ônibus para orientar os usuários.

Eis a entrevista:

(fotos: XU MEDEIROS)




- Entrevistamos, há cerca de 15 dias, o deputado Ruy Muniz e ele falou de um possível apoio à sua administração, desde que isto resulte em benefícios concretos para a cidade. Politicamente, qual a importância desse acordo e o que pode mudar a partir dele?

- Todos sabem que a gênese que me trouxe à prefeitura foi um conjunto de forças que participaram da eleição passada, na qual fui eleito. Eu não tive a honra de ter tido o apoio do deputado Ruy Muniz na campanha política, mas nós somos amigos há mais de 20 anos, estamos sempre conversando. Ruy é uma pessoa com muitas ideias e a gente conversa muito, podemos até nos divergir em algumas idéias, porque isto faz parte do processo democrático. Mas eu reconheço que é uma pessoa que tem grande capacidade de trabalho e é um empresário vitorioso. Houve esse contato realmente, ele esteve com a professora Raquel Muniz em nossa residência e nós conversamos longamente sobre a possibilidade de a gente ter a realização de coisas boas para a cidade com a participação e com o apoio dele. O que ele me disse é que tudo aquilo que for bom para a cidade é que ele poderá estar apoiando e até participando do esforço para melhorar a nossa cidade. Como deputado que já é bem votado em Montes Claros, é claro que eu só posso receber com alegria este apoio, que ele passou a ter uma boa vontade para nos oferecer. De fato, eu não cheguei a ler, mas soube da entrevista. De fato, é verdade e certeza absoluta e eu estou cheio de boas intenções, eu quero fazer uma boa administração em Montes Claros, a esta altura não importam muito as disputas políticas, elas são episódicas em época de eleição. O mais importante agora é a gente pensar em Montes Claros. Por exemplo, o projeto do Mocão nós vamos e queremos construí-lo, talvez o deputado possa nos ajudar de uma forma ou de outra a viabilizar esse empreendimento, que não é para mim, é para a cidade, é para o esporte. O time do Funorte, por exemplo, que o Ruy tem a liderança sobre a equipe, precisa desse estádio até para competir em disputas estaduais e nacionais. O futebol de Montes Claros não vai para frente sem o Mocão, não adianta ter time se não tiver o estádio. O time fica aí fazendo alguma coisa com um grande esforço, mas precisa muito desse estádio. O deputado Ruy Muniz pode, quem sabe, nos ajudar a conseguir viabilizar essa obra, e eu estou pronto a trabalhar com quem quer nos ajudar para construir o Mocão. De forma que este foi um entrosamento muito oportuno, estou aberto, não tem ressentimentos. Não tenho mágoas da campanha política, passaram há muito tempo os efeitos da campanha política. Isto não significa nenhum acerto político eleitoral, não estamos falando nisso, estamos falando em somar forças para governar a cidade, e eu reconheço que o Ruy tem força e capacidade que podem ser canalizadas para conseguirmos mais benefícios e mais obras para a nossa cidade.

- Historicamente, como é a relação de Tadeu e Ruy desde o início da atividade política de ambos, e como será a partir deste acordo?  

- Não tem nenhuma dificuldade, porque eu não sou de guardar mágoas e nem acho que isso tem que ser guardado por quem faz política em alto nível, porque vivemos o dia de hoje pensando no amanhã, não vivo olhando pelo retrovisor. Eu não tenho nenhuma dificuldade porque nunca tive grandes debates com o deputado Ruy Muniz. Não sei se vocês se lembram, mas, na campanha eleitoral passada, no primeiro turno ele debateu mais foi com o prefeito Athos Avelino, não foi nem comigo. Ele não foi para o segundo turno, então, a disputa não foi com ele. Eu conheço Ruy Muniz desde os tempos em que ele foi candidato a prefeito, ainda muito jovem e visionário, quando ele tinha vinte e poucos anos de idade, se não me engano em 1982. Sei que ele cresceu muito politicamente e empresarialmente e tem um grande futuro, mas nós estamos buscando agora é somar forças em favor da nossa cidade.



- De quem partiu a ideia do acordo e, na prática, o que a população poderá ganhar com isso?

- A questão de quem teve a iniciativa é, para mim, a menos importante. Acho que houve uma aproximação espontânea dos dois lados. Eu fiquei sabendo que ele queria falar comigo e disse: - Perfeitamente, eu estou à disposição, vamos marcar. E houve o encontro. Esta questão de quem teve a iniciativa nem eu sei direito; quando duas pessoas têm a mesma intenção isso acontece e flui naturalmente. Respondendo à segunda parte da sua pergunta, é a gente buscar aquilo que o deputado puder ajudar, ele estará ajudando não a mim, mas a Montes Claros. Ele tem uma grande ligação e conhecimento nas áreas da educação, da saúde e dos esportes. Acho que nessas três áreas ele pode nos ajudar e será bem vindo.

- Mudando de assunto, qual política de valorização do servidor o prefeito pretende implementar neste seu segundo ano de governo?

- Depois de muitos anos, nós temos aumento real de salário para os servidores, parece que há 13 anos não havia aumento real. Pela primeira vez, temos aumento de até 20% para os funcionários da prefeitura. Professores foi 15%, guarda municipal 20% e outros 8%, sempre acima da inflação oficial. Esta é valorização primeira do empregado. Vamos cuidar muito de qualificação profissional, de melhorar a qualidade do serviço, para isso, eu não falei na coletiva com a imprensa, queremos fazer um choque de gestão nos próximos meses para a gente melhorar o funcionamento da máquina administrativa, do atendimento à população, melhorar a qualidade do nosso funcionário com treinamento, com orientação técnica e assim por diante. Vamos atualizar o plano de cargos e salários para melhorar e reduzir as defasagens salariais que existem para o próximo aumento que haverá certamente em algum momento apropriado.

- Data-base do servidor, há algo neste sentido que o prefeito poderia adiantar?

- A data-base é maio, ainda não teve nenhum entendimento, mas até lá vamos certamente ter um entendimento com o sindicato, com o presidente Walmore Edi, com quem temos tido um ótimo relacionamento sem nenhuma dificuldade.

- Temas pontuais e que são do interesse do servidor público municipal, como quinquênio, seguro de vida e insalubridade, o prefeito poderia adiantar algo sobre estes assuntos? 

- A prefeitura já paga quinquênio e insalubridade. Normalmente, o que existe é alguma incompreensão da pessoa, que acha que tem direito a insalubridade e às vezes pela lei não tem. Mas, os que têm direito de acordo com a lei estão recebendo normalmente. Quanto ao seguro de vida, nós já determinamos o estudo para criar o seguro para o funcionário da prefeitura, a prefeitura paga uma parte pequena e o servidor paga outra pequena também. E a grande novidade que implantamos é a transferência das contas dos funcionários da prefeitura do banco Itaú para a caixa econômica federal, este é um grande benefício para os servidores.



- O Mocão será de fato inaugurado em sua administração?

- Nós estamos pouco a pouco resgatando as antigas reivindicações do povo de Montes Claros.  Por exemplo, por mais de 40 anos vi a lagoa de Interlagos, nunca teve uma utilidade. Neste ano, com o reveillon, nós inauguramos a utilização efetiva daquele local com possibilidade de juntar 40 mil pessoas naquele ponto. No ano que vem o reveillon vai ser muito mais bonito e a partir daí vai se instaurar o reveillon popular em Montes Claros naquele local. Estou narrando isto para dizer que o Mocão será a mesma coisa, tem 40 anos o sonho do Mocão e temos decisão e determinação de governo de construir o estádio pelo menos neste nosso mandato em uma primeira etapa de 8 mil lugares, que já é suficiente para realizar todas as grandes competições. Se conseguirmos verba dá até para fazer para 12 mil lugares, dependendo das verbas que vamos conseguir. Estamos neste momento trabalhando na elaboração dos projetos e vamos em seguida licitar a obra, a empreiteira que vencer irá construir, já temos R$ 2 milhões de verbas orçamentárias na caixa econômica federal, temos R$ 500 mil que nos foi determinado pelo deputado Saraiva Felipe e estamos aguardando verbas de outros parlamentares para podermos formar um valor financeiro para começarmos para valer de março para abril a obra do estádio. Por onde vai começar? Pode ser pela arquibancada? Eu não sei ainda o método construtivo pois isso depende dos engenheiros.

- Tadeu, para concluir a entrevista, transporte coletivo urbano. Muitas reclamações, pontos lotados, atrasos e muitas dúvidas. O processo de adaptação da população ao novo sistema é complexa, algo a dizer sobre este assunto?

- Primeiro, gostaria de lembrar que a mudança no transporte coletivo urbano não fui eu querer ou não fazer. Somos obrigados a fazer por causa do edital da licitação de 2008 que obriga o município a implantar o sistema de rede e bilhetagem eletrônica integrada. Reconheço que está trazendo transtornos para a população, mas quero dizer que logo a população vai saber e compreender qual linha tem que pegar e isso será resolvido. Quero pedir ao povo de Montes Claros compreensão, paciência e procurar se informar de maneira certa qual a sua nova linha e onde pegar. Vamos colocar dentro do ônibus uma pessoa uniformizada só para informar quem tiver dúvida para onde vai e qual linha pegar.

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