SÃO PAULO - O Inep, órgão responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio Enem), deverá considerar, nas próximas edições da prova, a realização de uma licitação para contratar a empresa responsável pelo exame. Hoje, essa escolha é feita por meio de contrato direto. Essa foi a recomendação dada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em resposta a questionamento da Consulplan, que apontou irregularidade no modelo atualmente adotado pelo governo. A Consulplan foi contratada pelo Inep para a realização do Enem de 2009. Naquele ano, houve vazamento das questões e a prova foi adiada. A decisão do TCU foi divulgada em reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo". O relatório da corte sugere a mudança "em face dos valores envolvidos e do interesse de outras instituições". A aplicação do Enem deste ano teve um custo estimado em R$ 262,5 milhões. Em sua defesa, o Inep alegou que "as contratações (...) não se contrapõem aos princípios da economicidade e da isonomia e se amoldam à jurisprudência desta Corte, no sentido de permitir que a Administração Pública contrate, mediante dispensa de licitação, entidades de notória especialização para a realização de concursos públicos, vestibulares ou outros eventos de mesma natureza." O acórdão do tribunal recomendou ainda que o Inep adote, "na hipótese de ser realizada contratação direta, rodízio das empresas contratadas". Nos dois últimos anos, a aplicação do Enem esteve sob responsabilidade de consórcio formado pela UnB/Cespe e pela Cesgranrio.