Tecnologia do sorgo alça novos vôos e chega ao produtor rural do Norte de Minas

Jornal O Norte
22/08/2008 às 16:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:41

Valéria Esteves


Colaboração para O NORTE

Pesquisas sobre o sorgo desenvolvidas pelas instituições de pesquisa do Brasil ganham força nos Estados Unidos e cumpre seu papel no Norte de Minas. Com o intuito de fortalecer e difundir a tecnologia gerada nas terras das gerais, a Epamig realizou o segundo dia de campo sobre sorgo e oleaginosas no Centro Tecnológico em Nova Porteirinha. O evento contou com a participação de mais de 800 produtores rurais, e enquanto isso, desde a  última terça-feira,19, até ontem, 22, a  Embrapa- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é uma das instituições que participam da International Conference on Sorghum for Biofuel, evento que acontece em Houston, Texas. A conferência tem o objetivo de avaliar o potencial do sorgo como biocombustível, identificando os avanços científicos, desafios e propondo estratégias para superá-los. Pretende, ainda, identificar as oportunidades científicas para que o sorgo se torne uma das principais matérias-primas para a produção de energias renováveis.

Entre os temas da programação, foram debatidos o potencial do sorgo na produção de biomassa e sua viabilidade econômica, impactos ambientais e questões agronômicas, como cultivares disponíveis para a produção de combustíveis, genômica e os últimos resultados e avanços científicos em biotecnologia para a produção de energia a partir do cereal. Após a conferência, serão definidas estratégias internacionais para o delineamento de pesquisas para a geração de biocombustível a partir do sorgo.

A Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) desenvolve pesquisas com o sorgo sacarino – que possui alta aptidão para a geração de energia – desde a década de 1980, período no qual foram lançados os híbridos BR 601 e BR 602. No final dos anos 90, foi lançada a variedade BR 506, também com potencial para a produção de energia. Da Unidade, participam da conferência internacional a chefe-geral, Vera Maria Carvalho Alves, e os pesquisadores Jurandir Vieira Magalhães e Robert Eugene Schaffert.

O SORGO E A AGROENERGIA

A Agroenergia representa hoje, dentro do cenário regional, uma das apostas do desenvolvimento econômico, e certamente - conforme as tecnologias geradas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - tendem a colocar o Norte de Minas entre as regiões produtoras de grãos do estado e quiçá do Brasil. A produção, tanto de cana-de-açúcar como de oleaginosas, fará o Jaíba despontar para o mercado. É o que acreditam os especialistas. Tendo em vista as condições climáticas a que cercam o Norte de Minas, o sorgo tem se apresentado como uma alternativa de cultura em substituição a cultura do milho, grão ultimamente bem cotado e quase em falta na região por conta da seca. Sabedores desta faceta tanto a Epamig como a Embrapa têm gerado tecnologia para atender os produtores rurais.  

- O nosso objetivo é sanar alguns entraves que culminam em gargalos, como o déficit hídrico no período de seca, na produção de sorgo e a eficiência em plantar cana tendo como base a irrigação certa - diz o chefe da Epamig, Marco Antônio Viana Leite.

Vários estudos da Epamig e da Embrapa apontam mais competitividade do milho e sorgo e apresenta ainda resultados que apontam uma vantagem em trabalhar principalmente com o sorgo na região, devido a adaptação do mesmo com o clima e solo da região.

Para Marco Antônio, a nova tecnologia possibilitará que a região desponte para ser grande produtora de grãos, bem como fomentar a cadeia produtiva da bovinocultura, avicultura, suinocultura entre outros.Vale lembrar que uma das discussões que vão nortear a transferência de tecnologia do sorgo são as apresentações de possibilidades que tangem a vida do boi no pasto.

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