SAN JOSÉ - Um forte terremoto de 7,6 de intensidade sacudiu nesta quarta-feira (5) o território costarriquense, trazendo pânico à Península de Nicoya, que se elevou quase um metro, e causando a morte de duas pessoas por ataque cardíaco, dezenas de feridos e estragos em hospitais, pontes, estradas e casas, segundo relatórios oficiais.    O serviço geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o terremoto teve uma intensidade de 7,6 na escala de magnitude de momento, às 8h42 locais (11h42 de Brasília) e localizou o epicentro na península de Nicoya, a três quilômetros da cidade de Samara, na província turística de Guanacaste, sobre o Pacífico.   "A Península de Nicoya se elevou quase um metro" como consequência do terremoto, disse Marino Protti, cientista do Observatório Vulcanológico e Sismológico de Costa Rica (Ovsicori), que não descartou que nos próximos días alguma réplica "possa alcançar até 7 graus".   Na região do epicentro, um homem e uma mulher idosos morreram, vítimas de ataque cardíaco, durante o terremoto em Filadelfia, vizinha a Nicoya, informou Adolfo Sáenz, porta-voz da Cruz Vermelha.   Cenas de pânico foram vividas nessa região, onde imagens de televisão mostraram multidões que saíam correndo para as ruas, devido ao forte e longo tremor, que derrubou árvores, partes de tetos, objetos nas casas e centros comerciais, e provocou rachaduras em estradas e estruturas.   Jornalistas da AFP testemunharam cenas similares em diferentes pontos de San José e em pequenas cidades no vale central, a 150 quilômetros da península de Nicoya.   "Foi terrível. Não podíamos correr, não podíamos abrir espaço, porque o movimento era tão forte que nos impossibilitava. A geladeira correu de um lugar para o outro. Ouvíamos o escândalo, as pessoas gritavam aterrorizadas", contou a uma emissora local um vizinho de Nicoya, que se identificou como Alexandre.   "Sentimos (o tremor) muito forte, saímos correndo, temíamos que a casa caísse em cima de nós, as pessoas estão preocupadas", disse uma moradora de Nicoya a uma emissora local.   "Estávamos na piscina. Se formou uma onda dentro da piscina" disse com nervosismo uma turista contatada pelo Canal 7 na região de Pinilla, a 30 quilômetros do epicentro.   Enfermos permaneceram nas calçadas por horas à espera de as autoridades confirmassem que as estruturas dos hospitais estavam seguras.   Na cidade de Puntarenas, a 60 km da zona do epicentro e sobre a costa pacífica, o hospital da cidade - um prédio de uma dezena de andares - permanece fechado depois de terem sido detectados danos estruturais, disseram as autoridades.   Nas primeiras três horas posteriores ao terremoto - que provocou cortes transitórios nos serviços elétricos e de comunicações - os sismógrafos detectaram 75 réplicas de até 4,7 graus na escala Ritcher, informou o Ovsicori.   Na Nicarágua, o diretor do serviço sismológico, Javier Mejía, declarou à imprensa local que houve relatos da população de afastamento do mar da costa de San Juan del Sur, onde ondas altas podiam chegar até a metade da tarde.   Em San Salvador a porta-voz da Proteção Civil, Glenda Durán, informou à AFP que "a ordem é que a população que vive na área costeira se retire das praias para regiões seguras nas próximas três horas".   No Panamá, o terremoto foi sentido com muita força e durante muito tempo, nas províncias ocidentais de Chiriquí e Bocas del Toro, na fronteira com a Costa Rica, mas não há informações sobre vítimas, disse o diretor do Sistema Nacional de Proteção Civil (Sinaproc), Arturo Alvarado.

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