Não são poucas as pedras que se colocam no caminho da Seleção Brasileira em busca do hexa. A maior delas mede 1,93m, atende pelo apelido de “Cubo de Gelo” e promete silenciar, na terça-feira (8), um Mineirão inteiro de torcedores.
Manuel Neuer é um dos exemplos que justificam a máxima de que todo grande time começa por um grande goleiro. Adversária do Brasil no Gigante da Pampulha pela semifinal da Copa do Mundo, a poderosa Alemanha conta com seu camisa 1 para voltar à decisão do torneio mais importante do futebol. E trabalho não falta para que o arqueiro se consagre nos gramados nacionais.
Neuer faz parte de uma geração talentosa, moldada para estourar no Mundial do Brasil. Aos 28 anos, disputa sua segunda Copa no auge da forma física, mas com a importante experiência de já ter defendido o combinado germânico em momentos decisivos.
No Mundial de 2010, na África do Sul, chegou à semifinal, quando caiu para a Espanha. Dois anos depois, na Euro disputada na Polônia e Ucrânia, mais uma derrota quando sobravam quatro equipes na disputa, desta vez para a Itália. Bagagem suficiente para carregar nas costas a esperança de uma das nações mais tradicionais do futebol.
Diferenciado
A Copa do Mundo tem mostrado aos brasileiros uma característica inusitada de Neuer, raramente vista nos gramados do país: a facilidade de jogar com os pés, transformando-se quase em um zagueiro em determinados momentos da partida.
A habilidade do “goleiro/líbero” arranca elogios dos companheiros na luta pelo tetra mundial. “Para nossa filosofia de jogo, ele é importante, vital. Em muitas situações, ele pode tirar com o pé, o que não é normal para um goleiro. Ele é o 11º jogador em campo para nós. É um privilégio, nos dá segurança quando se está em campo”, afirma o meia Toni Kroos, que não tem dúvidas sobre a posição que Neuer ocupa no hall de goleiros da atualidade.
“Ele é um jogador extraordinário. Não há ninguém melhor no mundo do que ele. É um goleiro muito completo, sempre presente quando se precisa dele. Tentamos evitar que a bola chegue a ele, mas, se não conseguimos, sabemos que podemos contar com ele 100%”, elogia.
Dono da camisa 1 germânica na Coreia do Sul e Japão, em 2002, quando o país europeu chegou pela última vez à decisão do Mundial e acabou derrotado pelo Brasil, Oliver Kahn também garante que seu “pupilo” é o maior da atualidade.
“Neuer provou nesta Copa que merece esta condição. Todos sabem que trata-se de um belo jogador, mas o crucial é que ele pode resgatar a vitória nas situações importantes”, analisa o ex-jogador, eleito o melhor daquele Mundial.
Frieza, equilíbrio, experiência. Os adjetivos que arrancam suspiros dos alemães são os mesmos que causam calafrios em Luiz Felipe Scolari e seus comandados. Para sobreviver às semifinais, a Seleção sabe que terá de passar por cima de um “paredão de gelo”.