Três grandes empresas de Minas estão entre as mais rentáveis na Bolsa de Valores

Heraldo Leite
hleite@hojeemdia.com.br
06/01/2018 às 11:35.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:37
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Três empresas mineiras aparecem no ranking dos 22 melhores resultados na Bolsa de Valores, remunerando seus acionistas acima dos 100% ao longo do ano de 2017. Usiminas, Magnesita e Localiza (além da Arezzo – originalmente mineira, mas hoje uma franquia nacional) indicam que o mercado de ações sinaliza para ventos mais favoráveis na economia brasileira (veja infográfico). Os índices fazem parte de um estudo elaborado pela Economática, especializada em análise de investimentos.

A valorização anual do Ibovespa, de 26,86% em 2017, foi a segunda alta consecutiva. Em 2016, o avanço havia sido ainda maior – 38,9%. No caso específico das companhias mineiras, o resultado reflete a recuperação do setor siderúrgico e de prestação de serviços. “A Usiminas enfrentou alguns problemas com seus principais acionistas, mas conseguiu equacionar uma dívida junto a bancos internacionais e ainda se beneficiou da retomada da mineração em nível mundial”, avalia Felipe Leroy, economista e consultor.

As empresas com ações no mercado seguem uma rígida política de comunicação regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a maioria só se posiciona por notas oficiais.

No final do ano passado, a Usiminas divulgou que dentro de três meses seu alto-forno nº 1 volta a funcionar. O equipamento foi desativado em 2015, ano de uma das maiores retrações do mercado internacional. 

A companhia também divulgou que no último trimestre de 2017 obteve um lucro de R$ 358 milhões, contra um prejuízo de R$ 56 milhões no mesmo período de 2016. “A Usiminas conseguiu sair do fundo do poço”, afirma Felipe Leroy.

Aplicativos 
Maior locadora de veículos da América Latina, desde 2013, a Localiza vem se beneficiando de uma espécie de aversão ao carro próprio, detectada nos últimos anos, e vem abocanhando fatias de mercado apostando nos aplicativos como Uber e Cabify, fornecendo opções específicas para este segmento. 
O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Localiza, Roberto Mendes, disse que não pode divulgar estimativas para 2018, mas garante que o crescimento no ano passado, em um período de desaquecimento da economia, revela a solidez da empresa. “Tínhamos uma frota de 140 mil veículos, hoje temos 185 mil – um acréscimo de 40 mil carros”, informa. 

Também ligada ao segmento siderúrgico, a Magnesita, tradicional fabricante de produtos refratários, viu seus papéis dispararem após a fusão com a austríaca RHI. Da união, anunciada em julho, surgiu uma nova companhia, a RHI Magnesita, que será líder mundial da atividade com receita anual de 2,7 bilhões de euros.
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Mesmo em ano eleitoral, indicadores são positivos

Se no ano de 2017 o mercado de ações demonstrou recuperação, o ano de 2018 ainda contém algumas variáveis que preocupam analistas e investidores. “Ano de eleições é sempre um ano atípico”, define o diretor de investimentos do Banco Intermedium, Ricardo Couto. Mas, segundo ele, dentro de uma espécie de “cenário paralelo” os indicadores são positivos.

Segundo Fernando Couto, também professor de Finanças do Ibmec, os anos de 2015 e 2016 foram “péssimos” para as commodities (matérias-primas). Por isso, ele acredita na recuperação, embora reforce o fator de eleições. “No mercado de ações a gente não consegue prever a semana que vem, imagina o mês de outubro – quando serão as eleições”, questiona. Ele também alerta que não se trata de ganhos a curto prazo. “A volatilidade faz parte do negócio”, ensina.

Para o economista Felipe Leroy, professor do Ibmec, mesmo com as dúvidas em relação ao resultado eleitoral, “este ano certamente será melhor que 2017”. “Os fundamentos estão melhores do que em 2015 e 2016 quando os índices foram desastrosos”, compara Leroy.

Turismo
Mesmo assim, o estudo da Economática aponta que o setor de siderurgia deve manter a retomada. Destaque também para o setor de turismo e viagens, uma vez que duas empresas de milhagens e fidelização -Smiles (ligada à Gol Linhas Aéreas) e Multiplus (vinculada à Latam) aparecem no ranking de pagamento de dividendos. 
 


 

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