O Tribunal Constitucional da Tailândia determinou nesta sexta-feira que as eleições gerais realizadas em fevereiro foram inválidas. A votação terminou em 6 a 3. O juízes consideraram que o processo eleitoral foi ilegal pois 28 distritos não conseguiram votar devido aos protestos dos manifestantes. A Constituição do país diz que todos os tailandeses precisam registrar o voto no mesmo dia para o resultado ser validado.
"O processo natural é organizarmos uma nova eleição geral, disse Pimol Thampitakpong, secretário-geral do tribunal.
O presidente da Comissão Eleitoral, Supachai Somcharoen, estima que o prazo para um novo pleito não levará menos de três meses. Em 2006, houve um intervalo de oito meses para a remarcação da votação depois de uma eleição que também foi anulado. Antes que a população pudesse voltar às urnas, os militares anunciaram um golpe de Estado.
Prompong Nopparit, porta-voz do partido Pheu Thai, disse que iria se manifestar após estudar a decisão da justiça. O partido de Yingluck considera que tem sido tratado injustamente pelos tribunais do país. Nopparit disse que o partido vai processar os responsáveis por esse episódio, incluindo o líder do Partido Democrata (oposição), Suthep Thaugsuban, e também a Comissão Eleitoral, que não se esforçou, segundo ele, para conter os manifestantes.
"Eu acho que a decisão de hoje foi o início para a solução da crise no país", disse o porta-voz do Partido Democrata (PD), Chavanond Intarakomalyasut. O PD, que boicotou as eleições de fevereiro, deve participar do novo pleito.
A Tailândia sofre com graves conflitos políticos há oito anos, quando o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra - irmão do atual primeiro-ministro Yingluck Shinawatra - foi deposto pelo golpe militar por suspeitas de corrupção e abuso do poder. Apoiadores e opositores do governo tomaram as ruas nos últimos anos na luta pelo poder.Fonte: Associated Press