Um tribunal do Egito sentenciou três jornalistas da Al-Jazeera a sete anos de prisão cada um por acusações relacionadas com terrorismo, em um veredicto que surpreendeu suas famílias e foi rapidamente denunciado como um golpe contra a liberdade de expressão.
Os veredictos contra o australiano Peter Greste, o canadense-egípcio Mohamed Fahmy e o egípcio Baher Mohammed foram dados depois de um julgamento que durou cinco meses e que foi classificado pela Anistia Internacional como uma "farsa", chamando as decisões de segunda-feira de "um dia negro para a liberdade de imprensa no Egito".
Os três, que foram detidos em dezembro, declararam que eles estão sendo processados apenas por fazerem os seus trabalhos como jornalistas, cobrindo protestos islâmicos contra a deposição do presidente Mohammed Morsi em julho do ano passado. Outros três jornalistas estrangeiros, dois britânicos e um holandês, foram condenados à revelia a 10 anos de prisão recentemente.
Grupos de mídia têm classificado o julgamento como político devido a luta entre o governo e a rede Al-Jazeera, do Qatar, que as autoridades acusam de apoiar a Irmandade Muçulmana e o ex-presidente Morsi, o que é negado pela emissora.
Os promotores acusaram os jornalistas a manipularem imagens, com apoio da Irmandade Muçulmana, para "minarem a segurança nacional do Egito" e fazerem parecer que o país estava enfrentando uma guerra civil. No entanto, a acusação apresentou pouca evidência no julgamento.
Os três receberam penas de sete anos cada um em uma prisão de segurança máxima. Mohammed, o produtor do grupo, recebeu uma punição extra de três anos por supostamente estar portando munição. A rede Al-Jazeera afirmou que o explosivo estava dentro de uma concha que estava em posse do jornalista - um souvenir que ele pegou dos protestos. Fonte: Associated Press.