Triplicar vitamina D em crianças não ajuda ossos nem reduz infecções

Agence France-Presse
Publicado em 29/05/2018 às 14:41.Atualizado em 03/11/2021 às 03:19.

Triplicar a dose de vitamina D em crianças pequenas não tem efeito sobre os ossos ou contra doenças infecciosas, de acordo com um grande estudo realizado na Finlândia.

A vitamina D é essencial para absorver o cálcio. A pele produz naturalmente quando exposta ao sol, mas a maioria das pessoas tem uma deficiência dessa vitamina, que chega a 40% entre os europeus.

Em crianças em pleno crescimento, essa deficiência pode ter consequências graves, como raquitismo. É por isso que os médicos recomendam suplementos de vitamina D para mulheres grávidas e crianças pequenas.

Mas a dose ideal e o efeito mais geral sobre a saúde permanecem um enigma, na medida em que os estudos realizados ao longo dos anos são contraditórios, não confiáveis, ​ou inconclusivos.

Um grupo de pesquisadores finlandeses realizou o que descreve como o maior e mais rigoroso estudo a este respeito com crianças de zero a dois anos de idade.

Durante um ano e meio, em 2013 e 2014, eles observaram quase 1.000 bebês saudáveis ​​nascidos em um hospital em Helsinque. Metade deles, selecionados aleatoriamente, receberam uma dose normal de suplemento de vitamina D a cada dois anos, ou seja, 400 unidades internacionais (UI), a unidade de medida de vitaminas. A outra metade recebeu 1.200 UI.

Aos 6, 12 e 24 meses, os pais forneceram um registro listando todas as doenças infecciosas de seus bebês, desde otites até gastroenterites. E aos 2 anos, os pesquisadores mediram a força óssea das crianças.

De acordo com os resultados, publicados nesta terça-feira (29) na revista JAMA Pediatrics, as crianças do grupo "normal" não ficaram mais doentes e seus ossos eram tão fortes quanto os que receberam a dose tripla de vitamina.

"Um suplemento diário de 400 UI de vitamina D3 parece ser suficiente para prevenir a deficiência de vitamina D em crianças com menos de dois anos de idade", concluíram os pesquisadores.

O experimento foi realizado apenas com crianças com pele branca. A pele negra produz naturalmente menos vitamina D. O resultado não deve ser generalizado para crianças com pele mais escura, que podem ter necessidades diferentes.

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