Turismo acolhedor

Antônio Prado e Nova Roma do Sul são destinos que reservam boas surpresas na Serra Gaúcha

Cláudio Lacerda Oliva *
turismologoali@hojeemdia.com.br
01/04/2023 às 07:15.
Atualizado em 03/04/2023 às 16:20
Pórtipo Antônio Prado (Prefeitura de Antônio Prado)

Pórtipo Antônio Prado (Prefeitura de Antônio Prado)

Nosso roteiro começa pela acolhedora cidade do nordeste gaúcho onde os visitantes podem se aventurar no Bungee Jump, na tirolesa, no arvorismo, praticar rafting ou optar pelo turismo histórico, rasgando as estradas de terra e descobrindo belezas escondidas no interior da cidade, chamada lá de colônia. É ali que está a alma de Nova Roma do Sul, uma cidade tipicamente brasileira com tradições da imigração italiana.

(Márcio Auriema Turco)

(Márcio Auriema Turco)

Localizada a 160 quilômetros de Porto Alegre, Nova Roma do Sul é cercada por vales, cascatas, lindas corredeiras e rios. Nesse pequeno município de pouco menos de 4 mil habitantes, é possível encontrar adrenalina, paisagens deslumbrantes, e experiências únicas das famílias de descendência italiana que trabalharam muito para dotar a região de um pedacinho muito especial de prazer e afetividade.

Os visitantes podem iniciar os roteiros e passeios no Eco Parque Cia Aventura (ciaaventura.com.br), propriedade que oferece rapel, bungee jump, tirolesa, arvorismo, rafting, além de variado cardápio de passeios pela cidade.

Aliás, a grande proposta do turismo de aventura é se libertar do medo e ultrapassar nossos limites. Mas o parque tem um visual incrível e profissionais com muita dedicação. Vale muito a pena visitá-lo. Podemos afirmar que Nova Roma do Sul está trilhando um caminho de crescimento sem volta. A administração municipal faz um serviço perfeito de zeladoria, está dotando as estradas com asfalto, tem uma secretaria de turismo preparada e uma equipe focada em ofertar ao visitante não só aventura, mas também experiência, mostrando e revelando um interior repleto de boas surpresas.

(Márcio Auriema Turco)

(Márcio Auriema Turco)

Histórica rica, desde os primeiros habitantes
A região já era conhecida no século XVII pelos invasores europeus, porém não houve ocupação branca até o século XIX. Essa região do Rio Grande do Sul ainda era, até meados de 1880, formada por sua vegetação natural, grande parte dela, campos, cerrados e matas de Araucária, local acidentado e de difícil acesso. Povos indígenas, como os Kaingang e os Guarani, disputavam terras entre si e com os jesuítas. Estes iniciaram a criação de gado nos extensos campos, cuja produção visava o abastecimento das reduções jesuíticas espalhadas pelo estado.

Nova Roma do Sul pertencia ao município de Antônio Prado, e se emancipou em 1987. Inicialmente começou a receber imigrantes suecos, russos e poloneses a partir de 1880, e comunidades italianas a partir de 1888, que rapidamente se converteu na maior parte da população local. O povoado recebeu seu atual nome em 1899. Hoje possui cerca de 3.500
habitantes e faz parte do circuito “Vales da Serra”, tendo a natureza preservada como principal atrativo.

Nova Roma do Sul (Márcio Auriema Turco)

Nova Roma do Sul (Márcio Auriema Turco)

Atualmente, a única atividade que não está disponível é o rafting, devido à estiagem na região. Mas essa deve ser retomada a partir do final de setembro, quando as chuvas mais constantes voltam a cair.

Alma dos italianos nas vinícolas e na colônia
Além do parque, Nova Roma tem atrações contemplativas e do turismo de experiência que podem ser visitadas a qualquer época do ano, tanto a pé como de carro, bicicleta ou quadriciclo. Como a região é bastante cortada por rios, vale descobrir o grande potencial que o interior de Nova Roma do Sul tem a oferecer: você pode iniciar o roteiro indo à gruta de Nossa Senhora de Lourdes e fotografar as águas que caem lentamente de sua cascata, como se fosse uma cortina branca ou um extenso véu de noiva. A Gruta possui quatro metros de altura e 15 metros de profundidade.

E tem ainda a Capela São José e a Ponte de Ferro, que fica em uma das entradas de acesso da cidade. Como não poderia deixar de falar, os vinhos e a gastronomia local têm fortes apelos das tradições italianas. Vale visitar pelo menos duas das vinícolas na região, que oferecem programas e atrações para os turistas. O agendamento para participar das atividades tem de ser feito com antecedência mínima de dois dias.

Uma dica especial de roteiro é o da Vinícola de Bastiani (@vinicoladebastiani), onde há opções de piqueniques e café da tarde, além de um mirante sobre o Rio da Prata. Nele, o visitante tem a oportunidade de passar um dia diferente, conhecendo as belezas naturais, vivenciando os costumes típicos. O passeio de carretão, por exemplo, leva o turista ao mirante do rio da Prata de onde se tem uma vista espetacular.
Lá pode-se realizar um piquenique junto à natureza.

Na propriedade, conheça também o relógio do corpo humano, o cultivo de produtos orgânicos e a visita aos parreirais. Não saia de lá, porém, sem antes visitar a casa mais antiga da propriedade que virou museu da família, com dezenas de camas, utensílios de cozinha e da casa, que são explicados de maneira lúdica e com contos e causos, pelos anfitriões.

(Márcio Auriema Turco)

(Márcio Auriema Turco)

Já na vinícola Casacorba (casacorba.com.br), os visitantes podem fazer passeios para conhecer a produção dos vinhos, espumantes e azeites de oliva. Nessa outra propriedade, os caminhos para se chegar por lá já são um roteiro de filme. A estradinha sinuosa é repleta de casinhas coloridas, com plantações de laranjas, limão, bergamotas.

Dê uma paradinha na igreja local para uma foto. Na propriedade que está envolta pelos enormes vinhedos ainda adormecidos, confira os deliciosos e premiados espumantes e sucos. Vale conhecer todo o processo de vinificação, além é claro da degustação dos produtos.

Especiarias como azeite de oliva e destilados também são produzidos por ali. Outro local que rende boas fotos é o mirante da Usina Hidrelétrica de Castro Alves, conferir a força do vertedouro e a tranquilidade do lago formado pelo rio represado e que gera energia. 

Um pouco mais a frente, numa boa estrada rural, vale aventurar-se para desfrutar da trilha do Cachoeirão. Parece que acabamos de aterrissar no solo lunar, mas em seguida percebemos que não, pois a força das águas cristalinas forma grandes piscinas naturais, a maioria delas boas para banho, e que enchem o solo pedregoso. Recomendamos contratar um guia para organizar o roteiro.

Na área central, você encontra os melhores restaurantes e bares. Lá também é possível contemplar e fotografar os casarões de época, o Memorial dos Imigrantes, a igreja de São Pedro e São Paulo e o centro de atendimento ao turista, em formato de uma grande pipa. 

Nova Roma do Sul (Márcio Auriema Turco)

Nova Roma do Sul (Márcio Auriema Turco)

Outra atração é a Praça Polonesa, que foi feita em homenagem aos descendentes polacos e ao Papa João Paulo II.

Vá visitar o Museu Peliciolli. É um casarão de época, localizado no interior de Nova Roma do Sul, na linha Castro Alves, que mantém seu interior preservado aos moldes dos anos iniciais da colonização italiana na Serra Gaúcha. O agendamento para a visitação tem de ser feito ao menos com um dia de antecedência.

A gastronomia é tipicamente italiana, com um bom galeto, uma saborosa sopa de capeletti in brodo, mas também há filés deliciosos como no Santa Gula. Já as pizzas crocantes preparadas com molhos deliciosos e feitos na hora, além das deliciosas torradas são as recomendadas no restaurante Família Santi.

(Márcio Auriema Turco)

(Márcio Auriema Turco)

Como chegar
Saindo de Porto Alegre são, aproximadamente, duas horas e meia de viagem até Nova Roma do Sul. O caminho mais curto é pela BR-116, seguindo por RS-240 e pela RS-122.

Onde Ficar
Na Pousada Vale das Antas, vale a experiência de ficar numa casa de madeira construída há mais de um século, num mirante espetacular. A vista vale a pena.
Já o Hotel Itamarana fica na região central, próximo à rodoviária. Apartamentos limpos arejados e um atendimento perfeito. Roupas de cama cheirosa e uma ducha quentinha. Café da manhã de qualidade, semelhante ao um chá da tarde colonial, com produtos frescos. Vale
conferir.

Para mais informações, acesse turismonovaromadosul.com.br.

(Prefeitura de Antônio Prado)

(Prefeitura de Antônio Prado)

Testemunho da imigração italiana nas construções e nos costumes em Antônio Prado 

A cidade é um patrimônio vivo de arquitetura, pode ser considerada também um berço da força da mulher. 90% do empreendedorismo turístico da cidade está nas mãos de importantes guerreiras, que dirigem pousadas, hotéis, bistrôs, restaurantes e equipamentos turísticos.
Em Antônio Prado, é muito comum se deparar com os moradores conversando em Talian, (ou vêneto brasileiro), uma língua local que mistura o português e o italiano.

A pequena e deslumbrante cidade foi cenário do filme brasileiro “O Quatrilho”, estreado em 1995, que teve a maior parte de suas cenas gravadas por ali. Recentemente, a cidade também foi cenário da série “Desalma”, da Globoplay. Portanto, podemos afirmar que Antônio Prado é uma cidade de cinema.

Cenários naturais, morros, mirantes, estradas rurais, grutas, cavernas, plantações de uvas, pitaias, figos da índia, pêssegos entre outras, tornando as colônias locais verdadeiros registros fotográficos inesquecíveis.

Uma cidade, um filme, uma rota cênica
As atrações turísticas locais são bem autênticas, e talvez duas delas são bastante especiais em relação aos outros municípios da Serra Gaúcha. No centro histórico, quase 50 construções tombadas, e no interior de município, conhecido como colônia, um mundo de paisagens indescritíveis e recursos naturais belíssimos, com dezenas de cachoeiras, corredeiras, vales, montanhas, mirantes, além de um povo para lá de especial, que fez e faz da cidade a mais autêntica representante da colonização italiana que ocorreu no Brasil, principalmente no estado do Rio Grande do Sul. Portanto, as rotas cênicas são os mais belos produtos pradenses.

Origens de Antônio Prado
A interessante história de ocupação das terras por imigrantes italianos inicia em 1886. Porém, registros históricos apontam que por volta de 1880, o paulista Simão Davi de Oliveira, veio a pé de Sorocaba, sozinho, e, a partir de Vacaria, chegou até a região. Deve ter sido o primeiro homem branco a atravessar o Rio das Antas, próximo à foz do Rio Leão e estabelecer algumas roças com a ajuda de um agregado e a família deste.

O local é conhecido hoje como Passo do Simão, próximo ao município de Nova Pádua. Um dos últimos locais a receber imigrantes italianos ainda na época do Império, o povoado (ainda sem nome), assim como parte dessa região, tinha incentivos financeiros do governo para abrir estradas, construir barracões, transportar e remunerar colonos e estabelecer os assentamentos rurais. Influenciados pelo ideário racista da época, o Império e a elite brasileira, decidiram privilegiar a mão de obra livre e assalariada europeia, depois de se beneficiar durante quase 400 anos de escravidão. O intuito era o “branqueamento” da “raça” brasileira.

Um dos grandes entusiastas da imigração italiana, junto ao imperador e políticos da época, foi justamente Antônio da Silva Prado. Notório deputado paulista do século XIX, também foi ministro, senador e conselheiro do Império e o primeiro prefeito da cidade de São Paulo, ficando no cargo entre 1899 e 1911. Era de uma influente família de latifundiários de origem portuguesa. Devido à sua importância para a imigração, a cidade de Antônio Prado foi assim batizada em 1894 em sua homenagem. No ano de 1899 se deu a emancipação da cidade e seu desmembramento do município de Vacaria.

Hoje o município congrega o maior conjunto arquitetônico tombado ligado à colonização italiana no Brasil.

O empreendedorismo da mulher no turismo de Antônio Prado
A cultura italiana, o casario de madeira, o dialeto vêneto, a religiosidade e a gastronomia típica estão inseridas na alma de Antônio Prado. As atrações, tanto na cidade, como no interior, oferecem cenas em que é possível vivenciar o modo de viver do seu povo. Além de tudo isso,
destaca-se a força da mulher, presente na maioria dos empreendimentos de caráter turístico da cidade.

É assim com as jovens empreendedoras Paula Soso e Patrícia Marcon, proprietárias da Curta Antônio Prado, empresa de receptivo que percorre as atrações mais escondidas da cidade, num roteiro repleto de adrenalina, paisagens únicas e convívio com a natureza.

Outra mulher que merece destaque é Marcia Masílio, que coordena o interessante e bucólico Armazém do Prado – um armazém de moda antiga, que comercializa de vinhos a produtos de limpeza, de panelas a aventais, e que tem nas calçadas em pedra da antiga construção um bar
descontraído que serve porções deliciosas de frios, anéis de cebola e bolinhos crocantes, sempre com boa carta de vinhos ou cerveja artesanais da região. O local virou point de pessoas descoladas. O espaço fica na Linha 21, um bairro mais afastado da região central de Antônio Prado.

Na área rural, a empresária Jocelei Pontel Frolin dirige a Orgânicos Pérolas da Terra. Na fazenda, plantações de morango, tomate e outras frutas vermelhas, como amora, tudo de origem orgânica sem o uso de qualquer agrotóxico. O suco orgânico de amora é simplesmente
maravilhoso!

Centro Histórico é testemunho da força da imigração italiana
O centro histórico de Antônio Prado é o produto de entrada e a cereja do bolo do turismo local. A área central conta com nada menos do que 48 imóveis tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A praça central tem a bela igreja Sagrado Coração de Jesus, e a quadra toda é cercada por casarões de madeira, preservadas e com várias atrações, como cafés, bistrôs, centros de artesanato, bares lojinhas, e a sede da prefeitura e do Iphan. O belo conjunto de imóveis, a maioria em madeira e alguns outros em alvenaria, avançam por algumas quadras, muitas delas com mais de 100 anos de história, algumas transformadas em museus ou espaços culturais e comerciais.

Alguns marcos históricos do centro urbano
A Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus (1897), Casa da Neni (1910), Sede da Prefeitura (1900), Casa Grezzana (1915), Casa Paim (1920), Sociedade Pradense de Mútuo Socorro (1912), Antigo Hotel dos Viajantes (1900), Casa e Farmácia Palombini (1930) são alguns dos edifícios tombados e preservados.

Vale a pena caminhar devagar pelas ruas da área central e ver com calma essas construções que são testemunhos da chegada dos italianos no Rio Grande do Sul e que se fixaram em Antônio Prado.

A igreja matriz foi construída em alvenaria e sua construção foi realizada em etapas que ocorreram entre 1891 a 1897, e chegou ao estado atual após várias etapas, sendo a última delas, na década de 1950, quando o artista italiano Emilio Benvenutto Zanon fez as pinturas internas. A igreja é belíssima e além de ser um templo cristão, serve como uma das principais
testemunhas do crescimento e da construção da cidade.

Museu Municipal
O Museu Municipal fica na Casa da Neni, construção em madeira de 1910 que é considerada uma obra de arte. O espaço destinado abriga boa parte da história de Antônio Prado, objetos e utensílios de grande significado histórico e cultural que retratam a identidade local. Os objetos foram doados por importantes famílias e atualmente o local é uma referência histórica e de costumes da cidade.

Gruta Natural e Escadarias da Fé
Duas escadarias ligam a parte baixa da cidade, à parte alta, onde se localiza a Gruta Natural. Ao longo da subida, encontram-se vinte e cinco capitéis que demonstram a enorme devoção religiosa do povo Pradense. Já a Gruta Natural se localiza na parte alta da cidade, em meio a uma exuberante área verde, e acolhe a imagem de Nossa Senhora de Lourdes desde a década de 1930.

No local, encontra-se um campanário de madeira, bancos para sentar e pequenas trilhas em meio à mata. Além disso, acontecem celebrações com missas ao ar livre. Um espaço muito interessante, tanto para uma oração ao ar livre, como para um evento especial, como missas, batizados e celebrações da palavra.

Os incríveis mirantes da Cascata da Usina
São duas grandes cachoeiras, localizadas na estrada Júlio de Castilhos (RS-448), a cerca de 6 km do centro da cidade. As Cascatas da Usina se encontram distantes uma da outra por 300 metros, contam com mirantes e formam um belo cenário sucedidas por um pequeno cânion. Na década de 20, funcionou no local a primeira usina hidrelétrica do município, que contava com uma turbina em uma das quedas d ‘água, que gerava energia elétrica para a cidade.

É um local onde se pode realizar um turismo contemplativo. A atual administração municipal estuda parceria para dotar o local de atrações, recanto de raríssima beleza. 

(Prefeitura de Antônio Prado)

(Prefeitura de Antônio Prado)

A histórica Linha 21 de Abril
O distrito de Antônio Prado, Linha 21 de Abril foi considerado uma extensão do centro da cidade até os anos 80, quando a estrada era a principal saída em direção a Caxias do Sul.

Na época, o local tinha estabelecimentos importantes e atualmente é como uma viagem ao tempo, por contar com atrações como seus antigos casarões, o Moinho Francescatto e a Ferraria do Marsílio. Essas duas atrações são imperdíveis. Vale a pena visitá-los e ver uma volta
ao passado. 

Pórtico e Ponte dos Suspiros
Construído em pedra e madeira, o belo Pórtico de Antônio Prado retrata a hospitalidade da cidade. O modelo do pórtico foi definido através de votação popular, entre três modelos. A Ponte Valdomiro Bocchese foi inaugurada em 2 de junho de 1968, tem 55 m de altura, 300 m de extensão, e liga o município a Flores da Cunha e Caxias do Sul.

Como chegar a Antônio Prado
Antônio Prado se localiza na Serra Gaúcha, região Uva e do Vinho, entre Vacaria e Caxias do Sul e tem acesso fácil e todo asfaltado nos dois sentidos através da rodovia RS-122. São 55 km de Caxias do Sul, 180 km de Porto Alegre e 27 km de Nova Roma do Sul.

Onde ficar em Antônio Prado
A cidade é pequena, mas conta com algumas boas opções de  hospedagem, entre elas: Hotel Pradense e Pousada Colonial de Rossi. 

* Diretor Executivo da Assimptur

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