Novos tempos

Políticas públicas para desenvolvimento do turismo

Manoel Sidnésio Moura e Josimar Azevedo*
turismologoali@hojeemdia.com.br
Publicado em 13/07/2023 às 19:27.

Rio é um cartão-postal para o mundo, porta de entrada do Brasil, e as agências de viagens tornam o país mais competitivo, destaca Marcelo Freixo (Agustin Diaz Gargiulo via Unsplash)

Estamos vivendo novos tempos, com um novo perfil de turista e novos anseios. Atualmente falamos bastante de Turismo Inclusivo, Turismo de Experiência e de Base Comunitária. A
realidade do Meta Verso está chegando com bastante força no pós-pandemia, reforçando a necessidade de uma atenção maior à área digital.

Para avançar no Brasil, contemplando todas estas realidades, é preciso uma política adequada de Turismo, com leis que  possibilitem aos gestores dar continuidade aos planos de turismo, sem precisar ter que reiniciar do zero, todas as vezes que ocorrem mudanças na gestão.

O professor dr. Mario Carlos Beni, em seu artigo de Política e Planejamento Estratégico no Desenvolvimento Sustentável do Turismo, fala que "o Turismo do novo século requer solucionar os conflitos de uma maneira construtiva, com uma ampla participação de todos os envolvidos" (BENI, Mário Carlos 2001 – Revista USP).

Todavia, um planejamento adequado, capaz de resolver conflitos diversos, necessita de uma política pública de turismo, por meio de projetos de lei, que garanta a continuidade da gestão.

Os planos de turismo precisam ser executados seguindo  diretrizes apropriadas de uma política pública responsável, seja na esfera federal, estadual ou municipal. Devem sim, existir leis que possam nortear estes planos. Outro ponto de grande importância nas mudanças recentes é analisar e adequar não apenas o Plano Anual de Turismo as realidades locais, regionais, e nacional, mas sempre fazer um check list no planejamento de marketing, respondendo aos anseios e mudanças constantes na oferta e demanda turística.

O caminho da excelência, na gestão do turismo, passa pela eficiência das leis, em garantir a continuidade da gestão, e a competência técnica dos profissionais. As políticas públicas possuem um papel fundamental para o crescimento da oferta e demanda turística.

Gestão de pessoas

Este artigo é uma continuação do anterior, que trata sobre as políticas públicas de turismo, deixando claro a necessidade da elaboração de leis que possam orientar a formação do quadro
de pessoal da pasta do Turismo, que deve ser formado por, pelo menos, 45% de corpo técnico.

A competência técnica é uma das minhas principais preocupações com a gestão na pasta do Turismo. A qualificação e habilitação técnica continua um desafio na gestão de negócios, mas também de pessoas, de tal forma que possa minimizar ou resolver os conflitos próprios deste tipo de economia.

A gestão pública não é muito diferente da gestão de negócios em uma empresa privada, exige competência, compromisso e responsabilidade em cada uma das pastas, seja no Ministério,
em uma secretaria ou em uma coordenação, todas são gerências que respondem pelo gestor principal. 

Reforço aqui que o gestor principal da pasta não precisa ser um técnico, mas deve entender, em nível de excelência, como realizar a gestão de um negócio e resolver conflitos na gestão de pessoas.

Uma empresa privada, na gestão de pessoas, parte de princípios que envolvem empatia com funcionários, através do relacionamento Interpessoal, motivando-os a serem mais
promissores nas vendas, atraindo mais clientes. 

O gestor de uma pasta no poder público, principalmente a do  Turismo, precisa saber motivar, com sua liderança, todas as equipes internas com o espírito do intraempreendedorismo,
aquele capaz de produzir novas ideias e oportunidades para a economia do turismo.

O desafio deste gestor, a nível interno, é ser um líder, que motive sua equipe, ouça suas ideias, reconheça e valorize sua capacidade para apresentar soluções para os problemas da Secretaria de Turismo, sem precisar se impor com seus interesses e agendas.

Os empresários e os turistas, a nível externo, desafiam o gestor a criar mecanismos para atrair a demanda turística para o destino, impactando, de forma sustentável, a economia. Esse desafio exige uma atitude de escuta dos anseios do trade turístico, buscando soluções em conjunto. Para isso, é de fundamental importância a promoção ou participação em feiras, congressos, seminários, fóruns, salões, reuniões, onde todos os envolvidos no processo possam se encontrar, integrar interesses, resolver conflitos e somar soluções técnicas no desenvolvimento de um turismo local, integrado com o turismo regional, nacional e internacional.

É importante lembrar que é da competência do destino (gestão local), fomentar o turismo local, ou seja, criar as condições necessárias de infraestrutura de segurança, de sinalização, de postos de atendimento, acessos, entre outros, para atrair e fidelizar turistas.

Enfrentar e superar esses desafios é a fórmula para o sucesso do gestor do turismo, capaz de lhe conferir reconhecimento e um legado que marcará sua gestão e a história daquele turismo
sob sua responsabilidade. Um bom planejamento, cuidadoso e responsável, uma boa equipe, com a competência técnica
necessária, e uma boa gestão, que enfrenta os desafios de forma conjunta, podem conduzir ao sucesso esperado para a economia do turismo.

* Manoel Sidnésio Moura, da MS Consultoria em Turismo e Professor Dr. Josimar Azevedo, Administrador da SACRUM Brasilidades. Gestão em Cultura e Turismo.

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