AKÇAKALE - A Turquia obteve nesta quinta-feira (4) luz verde de seu Parlamento para manter as represálias militares contra a Síria no dia seguinte ao bombardeio à localidade turca de Akçabale (sudeste), mas assegurou que não deseja a guerra com sua vizinha.
Após várias horas de debates a portas fechadas, a Assembleia Nacional turca, onde o partido do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, possui uma confortável maioria, autorizou formalmente o governo a realizar operações militares na Síria em nome da "segurança nacional".
Apesar disso, Erdogan tentou tranquilizar aqueles que veem nesta autorização o risco de uma perigosa escalada militar e afirmou que a Turquia não quer declarar guerra à Síria.
"Tudo o que queremos nesta região é paz e segurança. Essa é a nossa intenção. Não temos a intenção de desencadear uma guerra com a Síria", declarou Erdogan em Ancara durante uma entrevista coletiva conjunta com o primeiro vice-presidente iraniano, Mohamed Reza Rahimi.
O primeiro-ministro destacou o papel dissuasivo da resolução votada por el Parlamento estimando que "uma das melhores formas de evitar uma guerra é uma dissuasão eficaz".
"A República Turca é um Estado que é capaz de proteger seus cidadãos e suas fronteiras. Que ninguém se atreva a pôr à prova nossa determinação neste ponto", advertiu.
O vice-primeiro-ministro turco, Besir Atalay, ressaltou que a Síria havia admitido a responsabilidade pelos disparos de quarta-feira, que causaram a morte de cinco civis turcos, e pedido desculpas.
O embaixador sírio na ONU, Bashar Jaafari, afirmou que a Síria "não busca uma escalada com nenhum de seus vizinhos, incluindo a Turquia".
Essas declarações foram feitas no momento enquanto o Exército turco efetuava nesta quinta de manhã uma nova série de disparos de artilharia contra posições do Exército sírio nos arredores do posto fronteiriço sírio de Tall al-Abyad, perto de Akçabale, após a resposta imediata aos ataques de quarta-feira à noite.
De acordo com uma fonte de segurança local, os bombardeios foram interrompidos pela manhã, mas poderiam ser retomados a qualquer momento, "se necessário".