Um novo tempo de investimentos para Montes Claros, diz José Alencar

Jornal O Norte
07/07/2008 às 10:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:37

Valéria Esteves


Repórter

Desindexação da inflação, dívida rural, biodiesel, volta do tempo do espírito de desenvolvimento de Montes Claros. Esses foram os assuntos pautados pelo vice-presidente da república, José Alencar em sua vinda a Montes Claros na abertura oficial da Expomontes, quinta-feira, 03.




Vice-presidente da República, José Alencar vem a Montes Claros


e fala de espírito de desenvolvimento em Montes Claros

A promessa acertada do vice-presidente à imprensa quanto às dívidas rurais é de que haverá uma reunião onde o superintendente do Banco do Nordeste para os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, José Mendes Batista vai ouvir as principais reivindicações para que seja elaborado um documento e encaminhado ao Conselho Monetário Nacional a fim de que seja examinado tanto tecnicamente quanto juridicamente a possibilidade de uma ampla renegociação das dívidas rurais.

Para o vice-presidente, Montes Claros está revivendo o espírito de desenvolvimento, o mesmo que ele conheceu em 1965 quando veio a Montes Claros e resolveu dois anos seguintes abrir sua indústria têxtil, a Coteminas.

- Nessa época todos vinham a Montes Claros e se sentiam entusiasmados, também a Sudene já oferecia incentivos para quem quisesse abrir seu negócio. Época boa que vejo rebrotar agora quando o município luta para atrair investimentos e se consolidar com suas produções sejam elas comerciais no âmbito empresarial ou mesmo no setor produtivo.

José Alencar fez questão de dizer que não por acaso Montes Claros foi escolhida para sediar a planta da Petrobras, graças a seu aparato em infra-estrutura e a expansão do município no sentido de abrigar estudantes oriundos de várias partes de Minas Gerais e do Brasil.  Lembrou que Montes Claros tem mais de 100 mil estudantes e que por esse e outros atrativos, investidores se interessam em aplicar seus recursos e fomentar a economia regional.

Para ele a agricultura familiar também será beneficiada com o desenvolvimento proporcionado pelos novos rumos da cadeia produtiva do biodiesel. Com a instalação e já aproximação da inauguração da usina de biocombustível da Petrobras os agricultores terão como incentivo o mercado assegurado, recursos com menores taxas de juros disponibilizadas pelo BNB com taxas fixas de 2% ao ano.

Segundo o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana é preciso que o produtor na base seja melhor atendido pelas políticas públicas, isso porque quem tem levado a culpa pelos altos preços dos alimentos tem sido o produtor que cada vez mais é aplacado com os altos custos de produção.

- E ainda tem parlamentar que tem coragem de votar a favor do término dos subsídios agrícolas. Tem que dar mais condições para o homem do campo continuar plantando e originado capital para setor produtivo e para o Brasil como um todo, afirmou.

Nessa terça-feira, 2, o ministério da Agricultura anunciou o PAA- Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar que paga a cada produtor R$ 3,5 mil, por ano, na área agrícola, e o mesmo valor, por semestre, no caso do leite. Para que os agricultores sejam atendidos e os alimentos cheguem aos pratos de milhares de brasileiros.

FERTILIZANTES

O governo federal quer aumentar a produção de fertilizantes no país como um instrumento para conter a alta no preço dos alimentos. A redução da dependência nessa área foi recomendada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião ministerial. Feito à base de potássio, fosfato e nitrogenados, os fertilizantes tiveram reajustes de 100% nos últimos meses, tornando-se um dos principais fatores de pressão inflacionária no setor. A intenção do governo é reverter um quadro de dependência externa, reduzindo de 75% para 25% do consumo a importação desse tipo de produto.

Em relação ao potássio, contudo, o próprio governo admite que não há condições de o país tornar-se auto-suficiente. O assunto foi levantado quando o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, enumerou a importância e as dificuldades para que o Brasil aumente sua produção de alimentos, compensando com uma oferta maior a grande demanda atual.

AGRONEGÓCIOS E INFLAÇÃO

Com o despontar de novas tecnologias advindas da pesquisa, espera-se que realmente o quadro mude nos campos e nas prateleiras dos supermercados. Com a inflação em alta os alimentos tiveram nos últimos meses altas exorbitantes incapacitando os brasileiros que têm renda fixa e pequena de comprar ao menos os produtos da cesta básica como o arroz,feijão e a carne que ainda mantêm preços altos no mercado.

José Alencar que sempre teve seu discurso pautado na alta dos juros disse que o Brasil conseguiu baixar os juros de 25% para 12% apesar de ele ainda ser seis vezes maior que países com renda bruta percapta inferior ao Brasil.

- Não podemos aceitar que mais uma vez a inflação chegue a 80% ao mês no Brasil isso é um absurdo, sem contar que também absurdo é saber que a rolagem da dívida externa está afixada em R$ 600 bilhões com juros de 3 a 3,5 vezes superiores a taxa básica do mundo. A rubrica mais alta é a da União que é relativa aos juros a que o País rola sua dívida externa, alfinetou.

REIVINDICAÇÕES DOS RURALISTAS

O presidente da Sociedade Rural de Montes Claros, Alexandre Vianna foi enfático em seu discurso ao dizer que os pecuaristas estão emperrados numa mesma preleção e num discurso repetitivo porque sempre pregam melhores políticas ambientais que atendam e favoreçam o homem do campo sem onerá-lo no Norte de Minas bem como as dívidas rurais.

- Há uma necessidade primária de se equilibrar a relação do homem do campo com o alimento, isso devido aos altos custos de produção e os subsídios agrícolas que atrapalham as negociações com o mercado externo.

Quanto às dívidas rurais o presidente entregou ao vice-presidente, José Alencar emendas para que sejam anexadas a medida provisória que rege a legislação de repactuação das dívidas rurais.

Durante a abertura da Expomontes ele falou que serão comercializados cerca de sete mil animais, sendo que este ano a Exposição agropecuária de Montes Claros bateu recorde de participantes, graças à ampliação do parque João Alencar Athayde e a força sempre constante do espírito de cooperativismo que une a classe rural.

Alexandre fez questão de expressar que a crença no associativismo tem o intuito de fortalecer a região através do agronegócio, mas que o governo do Estado de Minas Gerais pode reduzir as taxas de energia elétrica e assim promover uma grande inclusão social no meio rural da região.

- A redução no custo da energia gasta no campo não deve onerar a Cemig tendo em vista que temos pagado muito caro por este serviço - concluiu.

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