Uma conta que não fecha

Hoje em Dia
04/01/2014 às 10:06.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:08

O saldo da balança comercial caiu em 2013.Isso significa que estamos comprando mais do exterior e vendendo menos.Ou, analisando de forma bruta,significa que nós estamos gerando empregos em outros países,e não no solo pátrio. O saldo do comércio exterior há mais de uma década vinha registrando superávits acima dos US$10bilhões.Desta vez,o saldo positivo foi de apenas US$2,5bilhões,pior resultado desde o ano 2000 e 86% inferior ao saldo de US$16, 4 bilhões de 2012.   O processo exportador brasileiro padece de um pecado original,o domínio das commodities.O comércio de bens primários - minério,café, soja,milho,carne - é determinado pelo mercado internacional.Se a demanda cai, os preços despencam,afetando fortemente o resultado da balançacomercial.   Os sucessivos superávits que o Brasil vinha os tentandos e devem ao fato de as commodities estarem com preços altos, o que mudou após a crise internacional iniciada em2008. Estados Unidos e países europeus foram fortemente afetados e a Chinapisou no freio em seu crescimento extraordinário. Então, há menos mercados com recursos para absorver nossos produtos.   Se exportamos bens primários,nossas importações se concentramem bens mais sofisticados,de maior valor agregado.   Entre janeiro e novembrode 2013,os turistas gastaram US$23,1 bilhões no exterior,14%a mais que no mesmoperíodo de 2012.Isso ajudou a aprofundar o rombo das contas externas do país.   Enquanto a indústria brasileira não se modernizar, aprimorar a infraestrutura e se tornar mais competitiva no mercado internacional,esse paradigma tende a se perpetuar. E essa mudança não éuma tarefaimpossível. A China, porexemplo,em apenas 30anos,saltou de um país rural e semifeudal para segunda economia do mundo. Investiu na educação e na pesquisa tecnológica,na planificação de seu desenvolvimento e na consolidação dos meios de produção. Apesar de ser um país comunista, abriu a economia à iniciativa privada.   No caso brasileiro,conhecidas deficiências nacionais comprometem a competitividade e desestimula mas exportações, acomeçar pela elevada carga tributária,o alto custo gerado pela legislação trabalhista e pelas carências de infraestrutura elogística.Sobra para a política cambialo papel de última e salvador a instância,o que é um risco.Permitir a forte desvalorização do real, beneficiando as exportações,seria pressão demasiada sobre a inflação.   O ministro da Fazenda, Guido Mantega, um notório otimista – ou um especialistano “jeitinho”brasileiro,como o definiu a imprensa inglesa  disse ontem em entrevista coletiva que há“ sinais sólidos de melhoria” no panorama internacional e que o Brasil poderá exportar mais em 2014.Éesperar para ver,mas,mantido o atual quadro,continuaremos em nossa trajetória como paladinodas commodities.

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