Uma metrópole em transformação: histórias escritas com talento mostram as estampas de BH

Renato Fonseca - Do Hoje em Dia
22/02/2013 às 15:18.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:15

(Carlos Roberto)

Bodas de prata em Belo Horizonte. A união de 25 anos do Hoje em Dia com a capital de Minas leva ao leitor histórias escritas com talento e imortalizadas em notícias, grafadas com a força da verdade. Conquistas e perdas, alegrias e tragédias, progressos e desafios. A vida dos mineiros pulsa e bate forte nas páginas do Caderno Minas.

Em mais de duas décadas, o mundo mudou e BH se transformou. A metrópole planejada no fim do século 19 por engenheiros e arquitetos chefiados por Aarão Reis (1853-1936) deu um salto. A população cresceu, a frota de veículos triplicou e o patrimônio municipal foi valorizado. Claro que, nesse período, as mazelas sociais afloraram, dramas intensos vieram à tona e a cidade foi mostrando, gradativamente, as várias faces da vida urbana.

Frota

Numa viagem pelo passado e de olho no futuro, garantir a mobilidade e a acessibilidade tem sido o maior gargalo de BH. A razão está no número crescente de carros. Em 1988, circulavam pelas ruas e avenidas de BH cerca de 460 mil automóveis.

Agora, são mais de 1,5 milhão. A busca por soluções para desatar o nó do trânsito tem sido árdua, desde a primeira edição do Hoje em Dia no fim dos anos 80. Para dar lugar aos carros, o ribeirão Arrudas – símbolo de poluição e lembrado pelas inundações – vai desaparecendo da paisagem com a chegada do bulevar. A Antônio Carlos, principal artéria viária da Pampulha, foi duplicada. E a Cristiano Machado vive a mesma rotina nos últimos anos: é quebrada, aberta e modificada. Por lá, as obras não param, sendo agora a vez de o BRT tomar conta da pista.

Muitas mudanças, porém, pouco retorno. Para especialistas, as tentativas têm ficado restritas à capital. “Hoje, a região metropolitana interfere diretamente na mobilidade de Belo Horizonte. O planejamento tem que ser integrado”, destaca o consultor em engenharia de tráfego Osias Batista Neto, um dos mais respeitados da cidade.

Memória preservada em meio ao concreto dos dias atuais

Planejada para ser a capital de Minas, Belo Horizonte nasceu com o espírito da modernidade. A cidade cresceu muito em pouco tempo, mas, mesmo assim, soube preservar construções históricas em meio ao concreto. A harmonia entre o antigo e o novo ganhou destaque nos últimos 25 anos.

Atualmente, há cerca de 700 bens tombados em âmbito municipal: casas, prédios, praças e até viadutos protegidos por lei em BH. “Temos edificações ecléticas, art-déco e modernas. A capital se destaca pela sua heterogeneidade”, aponta a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Minas, Michele Arroyo.

Entre os bens tombados, ela destaca a Serra do Curral, conjuntos urbanos da área central – como a rua dos Caetés – e os bairros tradicionais Floresta e Prado.

Muita mudança em pouco tempo no Buritis

Conhecido nos anos 80 por abrigar “os filhos da zona Sul”, o Buritis é o maior exemplo da transformação social da cidade. O espaço recente fincado na região Oeste de BH registrou crescimento recorde entre todos os bairros da América do Sul, nos últimos anos, conforme destaca a Associação dos Moradores.

O salto médio populacional de quase 30% ao ano se deve, principalmente, à mudança no coeficiente de aproveitamento do solo. No bairro, vegetações foram suprimidas e as simples edificações de três andares dos anos 80 deram lugar a um grande problema para a administração pública.

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