(Dimitar Dilkoff)
A União Europeia (UE) tenta nesta segunda-feira (7) pressionar a Turquia para que a ajude a frear a chegada de milhares de migrantes. A cúpula entre a UE e a Turquia começou com o bloco europeu dividido sobre o fechamento da rota dos Bálcãs, por onde passam os refugiados procedentes da Grécia que se dirigem ao norte da Europa.
Os 28 chefes de Estado e de governo convidaram para esta cúpula extraordinária o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, de quem esperam muito para conter a crise gerada pela chegada em massa de demandantes de asilo, que em 2015 alcançaram o número recorde de 1,25 milhão.
Os 28 também querem marcar o endurecimento da resposta europeia à crise, dando seu apoio a um projeto de fechamento da chamada rota dos Bálcãs, utilizada por centenas de milhares de migrantes em seu périplo em direção ao norte da Europa.
Sérvia e Macedônia, mas também Áustria, Eslovênia e Croácia, membros da UE, restringem há semanas o trânsito por seus territórios dos solicitantes de asilo, o que a Comissão Europeia classificou de incompatível com a legislação europeia e a Convenção de Genebra. Esta decisão deixou mais de 30.000 migrantes bloqueados em condições miseráveis na Grécia, 13.000 na fronteira com a Macedônia.
"O fluxo de migrantes irregulares pelos Bálcãs ocidentais chega ao fim. Esta rota agora está fechada", é possível ler no projeto de declaração final. Mas a Alemanha emitiu nesta segunda-feira fortes reservas sobre este ponto, "o que importa é encontrar uma solução duradoura com a Turquia", disse a chanceler Angela Merkel ao chegar à cúpula. Seu porta-voz considerou o fechamento destas fronteiras como uma especulação.
Merkel, que renunciou nos últimos meses a sua política de abertura em relação aos refugiados, insiste agora na necessidade de que a fronteira greco-turca seja mais hermética.
Medianamente otimista
Antes de se reunir com os 28, os dirigentes europeus se encontrarão com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, que participa de sua segunda cúpula UE-Turquia "em três meses". "Isso mostra a que ponto a Turquia é indispensável para a UE e a Europa para a Turquia", disse ao chegar.
Além dos migrantes econômicos irregulares, "é muito importante que a Turquia esteja disposta a readmitir os refugiados que não são sírios", disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.
"Também queremos que cessem as partidas pelo mar a partir da costa turca de refugiados sírios", acrescentou, declarando-se medianamente otimista quando foi interrogado sobre as concessões que a Turquia pode fazer.
A crise migratória provoca há meses profundas divisões na UE e ameaça um dos pilares mais emblemáticos de sua construção: a livre circulação no espaço sem fronteiras Schengen.