(Fotos Fiat)
BUENOS AIRES – Demorou mais de 10 anos para que as marcas instaladas após a abertura do mercado, no início dos anos 1990, começassem a incomodar os líderes de mercado. E o resultado visto é que, para continuar com a maior fatia do bolo, os tradicionais fabricantes (Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford) terão que agregar mais conteúdo aos seus produtos para não perder terreno para a turma de novatos que têm recheados seus automóveis. Depois do Fox, chegou a vez do Uno ganhar um upgrade de conteúdo.
Para sustentar argumentos de vendas, o carrinho ganhou itens como câmbio automatizado Dualogic, que trocou a alavanca por um conjunto de botões, que tornou o manuseio mais intuitivo e também barateou o custo de produção. Mas a principal novidade foi a aplicação do sistema Start&Stop, que desliga o motor quando o carro está imóvel no trânsito e religa, assim que se engrena a primeira marcha.
De acordo com o diretor de desenvolvimento de produtos da Fiat, Carlos Eugênio Dutra, o sistema, além de reduzir emissões, também contribui para o bolso do consumidor. “Em nossos testes, verificamos que é possível chegar a até 20% de economia de combustível. Ou seja, a cada quatro abastecimentos, o consumidor economiza um tanque”, observa.
No breve contato que tivemos com uma unidade equipada com o sistema, o Start&Stop funcionou de maneira esperada e não fica devendo em nada para outros modelos que também utilizam o recurso, como o Smart MHD, por exemplo. Às vezes, o motorista se esquece e vai com muita sede ao pote e se embanana, mas nada que algumas horas para se habituar. Vale lembrar que o recurso só é oferecido na versão Evolution.
Outro item, que há até pouco tempo era ficção-científica nos modelos da marca de Betim, é o sistema de entretenimento com navegador GPS e tela sensível ao toque. No entanto, o equipamento é vendido como acessório original e só pode ser adquirido na rede concessionários.
Desenho
Por fora, o Uno ganhou novos faróis, lanternas e para-choques, que deram um pouco mais jovialidade ao modelo. A plástica caiu bem nas versões Way, que também recebeu pintura nos para-choques.
Já a Sporting ficou mais invocada, desenho exclusivo dos para-choques e ponteira de escapamento centralizada. No entanto, trata-se do mesmo circuito original, mas com um prolongamento após o silencioso e não um peça que segue reto desde o túnel central. Por dentro, o destaque ficar por conta do novo painel, que passa abrigar rádio de dupla baia, formato compatível com sistemas de entretenimento.
O banho de loja do Uno tem suas razões. Além de contra-atacar rivais como Hyundai HB20 e Chevrolet Onix, a Fiat tem buscado elevar o status do hatch para dar espaço ao futuro modelo de entrada da marca, que saíra da fábrica pernambucana de Goiana, que inicia suas operações no ano que vem. Os preços partem de R$ 31.490 na versão Way 1.0 e R$ 35 mil com motor 1.4. Já o Evolution 1.4 (com Start/Stop) parte dos R$ 35 mil e o Sporting tem preço inicial de R$ 36.500.
Otimismo
Durante a apresentação do Uno reestilizado, o presidente da Fiat, Cledorvino Bellini, falou sobre o atual cenário econômico e como a indústria automotiva se enquadra nesse ambiente. “Essa atual fase de pessimismo e falta de confiança resultou em dois trimestres de quedas nas vendas. É um quadro que demanda ajustes, mas não se pode negar o potencial que econômico e o horizonte de oportunidades que temos no Brasil e na América Latina”, observa.
O executivo que estima que em 2018, quando a planta pernambucana estiver operando a pleno vapor a projeção é que o Grupo Fiat Chrysler atinja uma produção de 1,3 milhão de unidades, sendo 1,1 milhão apenas da marca Fiat.