Valadares vai às urnas após passar por ‘Mar de Lama’

Filipe Motta
fmotta@hojeemdia.com.br
29/08/2016 às 09:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:35

(Leonardo Morais/Hoje em Dia)

Governador Valadares chega às eleições em polvorosa com duas tragédias que afetaram recentemente a cidade. Além do acidente da Samarco em Mariana, que interferiu na captação de água no Rio Doce e até hoje impacta o município, a operação Mar de Lama balançou as estruturas políticas da cidade.

A ação investiga quase todo o espectro político local e apura fraudes e superfaturamento de licitações envolvendo R$ 4,5 bilhões, repassados pelo Ministério da Integração Nacional, para intervenções após as cheias de 2013. O resultado é que 20% da população não quer votar em ninguém, apontam as pesquisas internas dos partidos.

Apesar de a imagem do PT, que hoje comanda a cidade com Elisa Costa, estar fragilizada, o partido lança o vereador Glêdston Gomes de Araújo, o Guetão, como candidato. Guetão foi líder do governo na Câmara municipal, chegou a ser envolvido na operação, mas acabou fora de processos. Inicialmente, a expectativa na cidade era de que o deputado federal Leonardo Monteiro seria o nome lançado pelo PT, que optou pelo vereador diante das chances de não vencer.

Ainda assim, a expectativa do partido é conseguir chegar ao segundo turno, que ocorre no município pela primeira vez. “A Mar de Lama tem um impacto muito grande na imagem do PT e tem também o cenário político nacional. Mas a população está cansada de só criticar”, diz o presidente municipal do PT, Leonardo Pattestin.

O principal adversário de Guetão é o tucano André Merlo, que foi segundo colocado nas eleições de 2012, quando concorria pelo PDT. “Fizemos uma aliança política muito forte com 24 partidos”. Engenheiro mecânico e produtor rural, Merlo foi subsecretário do Agronegócio na gestão estadual de Antonio Anastasia (PSDB) e assumiu a pasta da Agricultura, durante a passagem de Alberto Pinto Coelho (PP) pela Cidade Administrativa.

Como terceira via aparece o empresário Ricardo Fernando Pedrosa (PEN), que foi candidato a deputado federal em 2014. Também corre por fora João Kenned de Oliveira (PRP).

Caratinga

Também na bacia do Rio Doce, em Caratinga o atual prefeito, Marco Antônio Junqueira (PTB), tenta a reeleição em meio a um quadro pulverizado e indefinido. Inclusive o atual vice-prefeito, Odiel de Souza (PMDB), busca viabilizar-se como novo mandatário. 

Um nome forte na cidade, o ex-prefeito João Bosco (2009- 2012) era tido como um dos candidatos mais cotados para levar a disputa, mas foi preso em junho, alvo de uma operação conjunta do Ministério Público e da Polícia Federal, investigando irregularidades na sua gestão. Atualmente, ele se encontra em prisão domiciliar. Como opção, o PT lançou o vereador Enoque Batista Gonçalves.

Também concorrem na cidade Wellington de Oliveira, o Dr. Wellington (DEM), que foi derrotado para deputado estadual em 2006 e 2010, e foi delegado da comarca e delegado regional. “Sou uma novidade”, diz.

Correm por fora Marcio Alexandre do Carmo (Pros), o Márcio Didi, e Luiz Carlos Vicente (Psol).

Teófilo otoni

Na principal cidade do Vale do Mucuri, o clima é de incerteza desde que o atual prefeito, Getúlio Neiva (PMDB), sofreu um AVC, em julho deste ano. Neiva, de 73 anos, foi prefeito na cidade nos anos 1980, 1990 e entre 2001 e 2004. Agora busca a reeleição. Os adversários, no entanto, questionam se ele teria condições de saúde para assumir. “Getúlio está em recuperação rápida, em Belo Horizonte, está falando e vem no próximo mês para a campanha na cidade”, garante Tales Contão, secretário municipal de Administração.

Se colocam na disputa Paulo Henrique Coimbra (PR), que foi coordenador do consórcio intermunicipal de saúde na região, o vereador petista Daniel Sucupira, e Edson Soares (PCdoB).


 

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